CULTURAS

A importância da qualidade das amostras para análise foliar no cafeeiro eficiente

Antes de iniciarmos a importância da análise foliar, devemos saber e atentar para alguns pontos importantes e essenciais para o nosso sucesso.

É correto é utilizar uma tabela nutricional padrão?

Na maioria das vezes utilizamos tabelas padrão, criadas em estudos em regiões amplas, com vários pontos como referência. Adotar esse padrão é correto? Agora sugerimos ao produtor realizar a amostragens nas lavouras padrões de suas propriedades levando em consideração o vigor plantas, idade dos talhões, carga produtiva pendente, época do ano, intervalo entre as adubações ou até mesmo a vegetação em lavoura podada. Em síntese, o que queremos? Além de usar os padrões de referência, criar uma referência em cada realidade e estado fenológico das plantas de suas propriedades. Como exemplo, temos a tabela abaixo.

Média de Macro e Micronutrientes comparando dois cultivares de cafeeiro – mg/kg

Sigo a demanda nutricional da planta?

Abaixo segue uma tabela que relata as demandas dos macronutrientes do cafeeiro em função de sua fase fenológica, lembrando que, no momento de demanda, os nutrientes devem estar disponíveis nas plantas; logo, a ação nutricional deve ocorrer antecipadamente. Como exemplo podemos citar a granação dos frutos, que na maioria das vezes ocorre entre dezembro e fevereiro. Assim, as adubações devem ocorrer antes deste período. Vale salientar que foi citado um exemplo: devemos levar em consideração todos os fatores característicos das plantas (cultivares) e sua localização.

Tabela de parcelamento da adubação em função da demanda de nutrientes

Exportação de nutrientes no produto colhido

Macros em gramas/kg e Micros em mg/kg para cada tonelada

A análise foliar tem o intuito de avaliar o estado nutricional das plantas. É usada para identificar deficiências, toxidez ou desbalanços nutricionais no sistema solo-planta, e também para aferir e proporcionar um acerto nas adubações.  A deficiência se manifesta quando o nutriente está em quantidade insuficiente no meio de crescimento ou quando, mesmo presente, não pode ser absorvido ou incorporado metabolicamente pelo vegetal, devido a condições desfavoráveis do ambiente. Para o diagnóstico do estado nutricional, usando-se a análise de tecidos, a obtenção de padrões apropriados é de fundamental importância. Os padrões referem-se à época de amostragem, posição na planta e número de folhas por talhão. É importante atentar para as condições em que foram obtidas as normas, uma vez que fatores como clima, face de exposição, tipo de solo, interação entre nutrientes no solo e na planta, idade da cultura, porta-enxertos, produção pendente, volume e eficiência do sistema radicular, declividade do terreno, cultivo prévio, ataque de pragas e doenças, uso de defensivos ou adubos foliares e práticas de manejo influenciam a composição dos tecidos vegetais.

Na falta de padrões adequados, podem ser criados padrões para uma situação particular, empregando plantas que, em dada situação edafoclimática e de manejo, estejam produzindo bem.

  • Divisão da área para amostragem

Seguir o mesmo critério adotado para a amostragem de solos.

– Época

Após as duas primeiras adubações, normalmente em locais com altitudes medianas (em torno de 800 metros a nível do mar) no estádio de “chumbinho”, ou seja, antes da primeira fase de expansão rápida dos frutos e da granação, observando o mínimo de 30 dias após a última adubação ou pulverização. Amostrar as folhas e, com posse dos resultados da análise, fazer as duas adubações parceladas restantes com base nestes.

Como é o crescimento e a área foliar média

– Coleta

Coletar no 3º ou 4º par de folhas a partir do ápice dos ramos plagiotrópicos situados no terço médio, definindo-se ramos com produção ou sem produção. Deve-se evitar as partes mortas das plantas, assim como aquelas com déficit de água. As folhas devem ser coletadas ao acaso e em todas as faces de exposição, em número de 40 a 50 pares de folhas por talhão homogêneo em 20 a 25 plantas, de no máximo 10 ha de área. Respeitando: idade das plantas, cultivar ou variedades, carga pendente e espaçamento, assim poderemos criar um padrão comparativo para cada realidade.

– Envio das amostras

Para envio das amostras ao laboratório, as fases de preparo, acondicionamento e remessa do material também são críticas e devem ser feitas com muito cuidado. É importante parar ou minimizar a respiração, transpiração e atividade enzimática da amostra tão logo quanto possível, por isso o ideal é que ela chegue ao laboratório ainda verde, no mesmo dia da coleta, acondicionada em saco de papel e mantida em baixa temperatura. Caso não seja possível,  recomenda-se armazenar as amostras acondicionadas em sacos de papel, em refrigerador, a 5 ºC. A amostra deve ser identificada com nome do produtor, da propriedade e da lavoura ou do talhão.

– Interpretação da análise foliar

Os resultados analíticos são interpretados pela comparação com padrões e normas. O ponto crítico nessa fase é a escolha adequada das normas. A experiência dos técnicos responsáveis pelo laboratório, com dados de uma região específica, pode ser de grande valia na adoção de normas apropriadas.

É necessário informar o técnico sobre o número de pés, o espaçamento e a produção esperada, bem como os resultados da análise de solos porventura feita e as adubações já realizadas.

Abaixo temos:

Interpretação da análise foliar

Análises de folha – Ajuste no programa de adubação

Engenheiro Agrônomo – Emerson Tinoco da Silveira – DTM Café Coopercitrus

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