CULTURAS

Controle natural do bicho mineiro: as vespinhas são poucas mas fazem o seu trabalho no café

No controle biológico natural do Bicho Mineiro do Café (BMC), além da atuação das Vespas Predadoras que devem ser preservadas pelos cafeicultores para o seu próprio proveito, existe umas pequenas vespinhas da mesma ordem das vespas, as microhimenópteras, que trabalham silenciosamente no parasitismo das larvas do BMC no interior das minas (lesões) impedindo-as de se reproduzirem e aumentar as populações. A principal espécie nas diferentes regiões do Brasil é a Proacrias coffeae. Isso se os inseticidas não estão sendo aplicados contra o próprio BMC e contra a Broca do Café (BdoC), sem critério, ou sem sistema de MEP – Manejo Ecológico de Pragas.

As vespinhas

Como se vê na foto de topo, a fase facilmente percebida pelo cafeicultor ou seu Inspetor de Pragas (IP), é a Pupa preta. As fases são: 1) adulta que voa no cafezal a procura das lesões do BMC para botar seu ovo dentro da mina; 2) a larva que por ser do tipo ectoparasitóide, ou seja, não vive dentro do hospedeiro que é o BMC, mas fora dele como um “carrapato”, e assim que sai do ovo encosta na larva do BMC e começa a sugar até exaurir totalmente a praga; 3) a pupa preta, que se forma no final do sugamento da larva do BMC; 4) passados alguns dias, a vespinha se transforma e sai da pupa, perfura a pele da lesão na face superior da folha e deixa um buraco redondo típico (foto) que vai servir de “unidade de amostra” para o IP anotar na Ficha de Inspeção em sequência das outras “unidades de amostras”, “furos dos crisopídeos” e “rasgaduras das Vespas” (FI).  Essas vespinhas contribuem com cerca de 20% no controle natural total do cafezal.

No Manejo (MEP)

Como utilizar este conhecimento no MEP? Muito simples, abaixo da linha do BMC na FI cria-se uma linha para as Vespinhas Parasitóides. Com as unidades de amostras, que já vimos antes, se anota o que encontrar por simples observação como segue: ao chegar na planta selecionada para amostragem, se dirige ao primeiro ramo de 3 e verifique a quarta folha se tem lesão; em caso de ter lesão, verifique primeiro, na face inferior, se tem rasgaduras de vespas; se não tem, volte à face superior e veja se tem 1 furo isolado (sinal que indica que uma larva do BMC foi parasitado e a vespinha saiu por esse furo); caso no lugar de um furo isolado encontrar dois furos menores pareados (isso indica que a larva do BMC foi sugado por crisopídeos liberados por compra em biofábricas). Isso é o trabalho de um IP ou do próprio dono de um cafezal que se pretende ser auto sustentável ecologicamente e ter selo apropriado de valor agregado.

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