CULTURAS

Manejo sustentável de plantio de cana-de-açúcar

Historicamente, o cultivo da cana-de-açúcar vem quebrando tabus e sendo vanguarda na busca de inovação e performance. A produção de bioenergia  promovida pela cultura já foi mais do que provada e testada pelo mercado e pelos institutos de pesquisa, evidenciando que é uma excelente opção sustentável para enfrentar as mudanças climáticas e promover o crescimento socioeconômico.

Nessa linha, o professor Maurício Roberto Cherubin, da Esalq/USP, cita, em entrevista à revista Land, formas sustentáveis de cultivar a cana-de-açúcar para a produção de bioenergia: “Neste trabalho, demonstramos as estratégias de mudança de uso da terra mais sustentáveis para a expansão da cultura, as práticas de manejo conservacionistas, com colheita sem queima, preparo reduzido do solo, manejo racional da palha, boas práticas de adubação e reciclagem de resíduos orgânicos, que têm sido utilizados pela maioria dos produtores brasileiros.

Além disso, enfatizamos a importância de políticas públicas que fomentem a produção de bioenergia no país, como o RenovaBio.”. Hoje, os desafios do setor são aumentar a produtividade agrícola, promover a longevidade do canavial e, como sempre, fazer com capricho e de maneira sustentável o plantio, fase mais importante do ciclo, pois é o alicerce da produtividade. Boas práticas vêm sendo implementadas no setor, como, por exemplo, rotação de cultura, manejo integrado de pragas (MIP), utilização correta dos subprodutos como vinhaça e torta. Elas têm gerado resultados no Centro-sul, conforme tabela abaixo:

As grandes empresas de defensivos do agronegócio já estão bastante empenhadas em prover produtos para o setor sucroenergético. Atualmente, o produtor consegue fazer seu plantio de cana com praticamente 100% de produtos orgânicos e biológicos.

As condições climáticas desempenham importante papel na incidência de pragas. Fatores como radiação, temperatura, umidade, luz e vento influenciam o desenvolvimento, a distribuição e a abundância dos insetos. Conhecer essa relação é fundamental para a tomada de decisões e a  eficiência no controle de pragas. Altas temperaturas aumentam a taxa metabólica dos insetos, que irão se alimentar mais e, consequentemente, se multiplicar ao longo do ciclo da cultura. Isso tem reflexo no manejo e no número de aplicações necessárias para um bom controle. Também é de se esperar que o clima seco dificulte o controle químico das pragas.

As chuvas também podem dificultar a entrada das máquinas na área, gerando inúmeros problemas ao agricultor. Dependendo do volume pluviométrico, as pragas continuam se alimentando, se proliferando e causando danos à lavoura. O produtor deve trabalhar em conjunto com as previsões climáticas e entrar, assim que possível, na área, evitando ao máximo as perdas na lavoura. Ele também deve estar atento e não aplicar os produtos se a previsão de chuvas é imediata.

O assunto é bem amplo, porém focaremos na operação de plantio de cana-de-açúcar, que, como dito anteriormente, deve ser feito com muito capricho. No plantio de cana, hoje, destacam-se os produtos nematicidas à base de Bacillus Subtillis e Baccillus licheniformis e fungicidas, que são  à base de Trichoderma ssp. Com relação às pragas que a cultura enfrenta, temos opções mais sustentáveis de manejo integrado e de rodízio de moléculas, como, por exemplo, o controle da cigarrinha por meio do uso do Metarhizium anisopliae e Beauveira.

Outra praga que virou destaque nos últimos anos é o Sphenophorus levis, que vem causando danos muito severos em diversas regiões. Seu controle é difícil e complexo, uma vez que o adulto fica escondido na palha, e a broca fica no interior do rizoma, onde se alimenta e causa danos à soqueira. O uso dos fungos Metarhizium sp e Beauveria bassiana tem colaborado muito para o manejo dessa praga, pois eles têm a capacidade de infectar a larva e o adulto, levando-os à morte. A aplicação desses fungos pode ser realizada com jato dirigido ou em barra total no início do período das chuvas, quando há umidade para a obtenção da eficiência plena desses produtos.

Por fim, diante dos inúmeros desafios que o produtor canavieiro tem enfrentado, é possível dizer que, hoje, é uma realidade produzir bioenergia de maneira cada vez mais sustentável e rentável, atendendo a um mercado consumidor cada vez mais exigente. Produzir cana com boa qualidade, sanidade, sustentabilidade e custos em linha é uma arte e começa no plantio bem feito!

Procure a unidade de negócios da Coopercitrus mais próxima e agende uma visita de nossos agrônomos para ser auxiliado no sistema de produção de cana-de-açúcar. Autor: Ricardo Madiolo – Especialista em cana-de-açúcar da Coopercitrus

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