Com uma carreira dedicada ao avanço da agricultura brasileira, o engenheiro agrônomo Marcos Landell é referência nacional quando o assunto é cana-de-açúcar. Pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) desde 1982, ele esteve à frente do Centro de Cana por mais de 15 anos; liderou o programa de melhoramento genético da cultura e estruturou o Programa Cana IAC, uma rede que conecta mais de 160 empresas do setor em todo o Brasil.
Atualmente como diretor-geral do IAC, Landell conduz uma das instituições mais tradicionais da pesquisa agrícola no país, com quase 140 anos de história. Seu trabalho continua voltado à missão de levar inovação, tecnologia e produtividade ao campo, com atenção especial à realidade dos produtores.
Nesta entrevista, ele compartilha momentos marcantes da sua trajetória, explica como a genética e o manejo da cana vêm evoluindo, e destaca o papel fundamental das cooperativas na aproximação entre a ciência e o dia a dia do agricultor.
Coopercitrus – Como começou sua trajetória, que vai das pesquisas no Centro de Cana até sua atuação como diretor-geral do IAC?
Marcos Landell – Minha história começou há bastante tempo. Sou formado em Agronomia pela Unesp de Jaboticabal, onde tive um professor que acabou se tornando meu orientador. Eu admirava muito a forma como ele conduzia as aulas e, no fim do curso, ele percebeu meu interesse pela pesquisa. Quando eu estava prestes a me formar, ele me convidou a ingressar na pós-graduação, dizendo que eu tinha perfil para seguir esse caminho.
Marcos Landell: Antes disso, atuei como empreendedor em um curso de inglês, o que me deu base em gestão e segurança para aceitar esse novo desafio.
O IAC sempre esteve presente na minha vida. Minha família é de Campinas, então a instituição já era familiar desde a infância. Quando surgiu um concurso para pesquisador, me inscrevi e entrei. Nos primeiros anos a estrutura era precária, mas, aos poucos, fomos construindo algo sólido. Após o doutorado focado em cana-de-açúcar, fui para Ribeirão Preto, onde a cultura já era forte. Com o apoio de colegas, criamos o grupo fitotécnico da cana e, mais tarde, formalizamos o programa cana IAC, estruturando pesquisas e parcerias.
Começamos a reunir colegas do IAC e de outras instituições, como a Unesp, além de técnicos das usinas.
No fim de 1994, lançamos o ProCana IAC, o primeiro grande projeto do centro, que permitiu captar recursos junto à iniciativa privada e fundações. A partir daí, o programa ganhou estrutura, veículos, materiais e, principalmente, credibilidade para crescer.
Coopercitrus – Quais são os marcos e conquistas que o senhor mais se orgulha ao longo dessa trajetória?
Marcos Landell – O primeiro marco é humano. Tenho muito orgulho da capacidade que o programa teve de formar pessoas e multiplicar conhecimento. Desde os primeiros estágios até a criação, em 2004, do curso Tópicos da Cultura da Cana-de-Açúcar, já treinamos mais de 4 mil profissionais em todo o Brasil, e até fora do país. É emocionante ver que muitos ex-alunos hoje são referências no setor.
Outro orgulho pessoal é ver que meus três filhos também se tornaram agrônomos especializados em cana-de-açúcar, todos formados e treinados pelo nosso curso. Do ponto de vista técnico, destacaria as inovações em variedades e tecnologias de manejo, incluindo o conceito do “terceiro eixo”, uma estratégia de mitigação de déficit hídrico que tem gerado aumentos de produtividade superiores a 25%.
Também considero um marco importante a consolidação do Programa Cana IAC e do Centro Avançado de Pesquisa de Cana-de-Açúcar, que reuniu profissionais de diversas instituições, como Unesp, Unicamp, Esalq e até Embrapa, num esforço conjunto e multidisciplinar. Essa integração rompeu barreiras institucionais e ampliou o alcance da pesquisa.
Tudo isso se soma ao orgulho de fazer parte de uma instituição histórica como o IAC, que completou 138 anos. Criado por Dom Pedro II, foi o primeiro instituto de pesquisa agrícola da América Latina e até hoje é referência. O imperador teve uma visão pioneira ao trazer um pesquisador austríaco para estruturar os primeiros laboratórios, voltados ao café e, mais tarde, à cana-de-açúcar.
Foi no IAC que se realizaram os primeiros ensaios de variedades de cana, ainda no século XIX, e o primeiro trabalho técnico-científico brasileiro sobre o tema, publicado em 1936 pelo pesquisador José Manuel Aguirre. Ele foi o responsável por obter as primeiras sementes verdadeiras de cana no país, marcando o início do melhoramento genético da cultura no Brasil.
O IAC foi precursor em diversas frentes, inclusive na introdução da soja no Brasil, e segue ativo, lançando novas variedades de cana, batata, café e citros. Apesar de sua idade, o IAC está longe de ser uma instituição “antiga”: é um organismo vivo, com alma e propósito, que continua a inovar e contribuir para o agro brasileiro.
Coopercitrus – O senhor mencionou que o IAC vem liderando importantes avanços no melhoramento genético da cana-de-açúcar. Quais foram as principais transformações nas variedades e o que o produtor tem hoje à disposição para melhorar sua produtividade?

Marcos Landell – Um dos marcos mais significativos das últimas décadas foi a mudança no modelo de produção da cana. Há cerca de 30 anos, começava uma transição importante: a substituição da cana queimada pela cana crua, colhida mecanicamente. Naquele período, por volta de 1992, já discutíamos com usinas o que seria a cana do futuro, e ficou claro que, em 20 anos, a colheita manual deixaria de existir. A mecanização seria inevitável e isso exigia um novo tipo de planta.
Antigamente, não havia preocupação com a arquitetura da cana. Havia até um ditado que dizia: “cana que cai levanta o dono”. Hoje, sabemos que uma cana tombada causa prejuízo, mesmo com alta produtividade. A partir daí, o IAC passou a priorizar o conceito da cana ereta, com colmos uniformes e altura regular, adequados para a colheita mecanizada. A máquina não tem a sensibilidade do cortador humano; ela executa o corte mecânico. Então, a planta precisa estar “pronta” para isso, permitindo uma colheita limpa, com menos impurezas vegetais e minerais.
Nosso trabalho de melhoramento começou a buscar materiais com arquitetura ereta, mesmo que não fossem inicialmente os mais produtivos. Depois, cruzamos esses materiais com variedades de alta produtividade, buscando o equilíbrio ideal. Essa seleção foi feita de forma contínua, até consolidarmos um grupo de variedades modernas, que reúnem alta performance e estrutura ideal para a colheita mecanizada.
Em 1995, durante a campanha de hibridação realizada em parceria com a Copersucar, em Camamu (BA), obtivemos duas variedades exemplares desse novo modelo. Uma delas, a IACSP95-5094, permanece até hoje entre as mais cultivadas, justamente por unir porte ereto e alta resposta à água, resultando em produtividades superiores a 200 toneladas por hectare.
Essa mudança conceitual, iniciada nas conversas de 1992 com lideranças como Leontino Balbo e representantes das usinas São Martinho, Santa Elisa e Santa Lídia, foi decisiva. Hoje, o IAC é o programa de melhoramento que mais oferece variedades eretas no mercado, com destaque para aquelas de alta eficiência na colheita mecanizada e menor custo operacional.
As variedades eretas proporcionam colheitas mais limpas e produtivas, reduzem impurezas e melhoram o aproveitamento da matéria-prima. Recebemos constantemente registros de produtores colhendo canas IAC com 160 a 212 toneladas por hectare, todas eretas e com excelente desempenho industrial — casos recentes ocorreram em Passos (MG) e Jaboticabal (SP).
Coopercitrus – Além dessas variedades, há outros conceitos técnicos que vêm contribuindo para elevar a produtividade dos canaviais?
Marcos Landell – Sim. Um avanço importante é o manejo varietal segundo o conceito do “Terceiro Eixo”, desenvolvido no IAC. Esse modelo busca mitigar o déficit hídrico e maximizar o potencial produtivo das novas variedades.
O Terceiro Eixo integra diferentes materiais genéticos, não apenas do IAC, mas também de CTC e Ridesa, e estabelece uma estratégia de uso racional conforme o perfil de maturação de cada variedade: precoces, médias e tardias. Ao combinar esses ciclos de forma planejada, é possível manter altos níveis de produtividade ao longo de toda a safra, com excelente qualidade de colheita e estabilidade agroindustrial.
As variedades do IAC se destacam por alta TCH, excelente comportamento agronômico, resistência a doenças e pragas e desempenho superior em condições de mecanização. Em média, a redução de 100 milímetros nas perdas por evapotranspiração pode representar ganhos de 10 a 14 toneladas por hectare, o que reforça a importância do manejo correto e do uso de materiais adaptados.
Essas práticas têm mostrado resultados consistentes. Hoje, dezenas de produtores e empresas já colhem os frutos dessa combinação entre genética avançada e manejo eficiente, confirmando que não se trata mais de uma teoria, mas de uma realidade consolidada no campo.
Coopercitrus – Qual é a importância da produtividade e da longevidade dos canaviais? Como a escolha de variedades e as boas práticas de manejo influenciam nesses resultados?
Marcos Landell – Esse é um ponto essencial, e foi um dos grandes aprendizados que tivemos quando ficou claro que a canavicultura migraria para o modelo mecanizado — assim como aconteceu com o milho nos anos 1970 e 1980 e com o algodão. Já sabíamos, desde a reunião de 1992, que em 20 anos a cana seria plantada e colhida mecanicamente. E entendíamos que isso traria impacto direto na estrutura do canavial, por causa do peso das colhedoras e de todo o conjunto de máquinas envolvido no processo.
Diante disso, percebemos que seria necessário aumentar a população de colmos por hectare. Antigamente, os canaviais tinham cerca de 8 a 10 colmos por metro, o que equivalia a 65 mil colmos por hectare no espaçamento de 1,5 metro. Passamos, então, a buscar variedades com maior número de colmos, o que funciona como um verdadeiro antídoto contra a desconstrução do canavial causada pelo sistema mecanizado.
Mesmo com todos os benefícios da mecanização, ela ainda é um fator de desgaste. Por isso, variedades com sistema radicular mais forte e maior densidade de perfilhos suportam melhor esse impacto e mantêm a produtividade por mais cortes. Hoje, algumas das nossas variedades chegam a 18 a 21 colmos por metro, como a IAC 07-8008, que além de ereta é extremamente tolerante à seca. As variedades mais densas mantêm a produtividade por muito mais tempo. Se uma variedade tem 110 mil colmos por hectare e perde 15% ao longo do tempo, ainda restam cerca de 85 mil colmos. Já uma variedade antiga, com 65 mil colmos, cairia para 56 mil, criando vazios no espaçamento, o que favorece plantas daninhas e reduz o fechamento do canavial.
Com mais colmos, o canavial se mantém uniforme e produtivo. Além disso, quando a colheita é feita no primeiro terço da safra, o solo ainda conserva umidade residual, o que favorece a brotação e o sombreamento rápido, reduzindo a infestação de plantas daninhas. Tudo isso aumenta a longevidade e a eficiência agronômica.
Algumas usinas que adotaram o manejo segundo o Terceiro Eixo, utilizando variedades de alta população, já colhem 130 toneladas no primeiro corte, 120 no segundo e 127 no terceiro, mantendo alta produtividade por vários ciclos.
Entre os fatores biométricos que mais influenciam a produtividade, o número de colmos está acima do diâmetro e da altura. Quando comecei a trabalhar com isso, ainda nos anos 1980, muitos acreditavam que o diâmetro era o principal indicador. Hoje, sabemos que a quantidade de colmos é o parâmetro mais determinante.
Na época, para entender melhor essa relação, desenvolvi um trabalho intenso de biometria da cana, medindo diâmetro, altura, perfilhamento e densidade dos colmos.
Descobrimos que, além da altura e do número de colmos, a densidade também influencia diretamente a produtividade. Esses dados ajudaram a criar modelos de estimativa mais precisos, com impacto direto no manejo.
Coopercitrus – Depois de tantos anos dedicados à pesquisa da cana, agora como diretor geral do IAC, como tem sido esse novo desafio e quais culturas e áreas estão recebendo mais prioridade nos últimos anos?
Marcos Landell: É realmente um grande desafio. Na área de cana, tínhamos quase unanimidade entre colegas, produtores e universidades, mas no IAC comandamos um grupo muito heterogêneo. Alguns pesquisadores avançam bem e colaboram plenamente com a diretoria; outros, por não conseguirem tanto retorno da estrutura oficial, sentem falta de recursos, o que é compreensível. Mas, para mim, isso não é assustador: desde 1991 aprendi a trabalhar com “não tem nada”, entendendo os limites de recursos disponíveis e buscando soluções internas.
Um exemplo claro é a área de amendoim. Temos o pesquisador brilhante Ignácio Godoy, que se aproximava da aposentadoria. Ele propôs uma solução: treinar um jovem especialista de Pindorama para assumir o programa de amendoim, enquanto ele apoiaria como consultor. Assim, conseguimos garantir a continuidade do trabalho sem depender de recursos externos. Situações similares ocorreram em outras áreas, como a sericicultura, onde substituições internas mantiveram os programas ativos.
O que isso mostra é que, apesar das limitações de recursos e aposentadorias, é possível manter o instituto ativo, motivar os colegas e garantir a produção científica. Minha experiência em gestão, adquirida ao longo dos anos, tem sido fundamental para encontrar soluções práticas, organizar equipes e colaborar com o agronegócio paulista. Estou feliz por poder contribuir, mantendo a instituição viva e fortalecida em suas várias áreas de atuação.
Coopercitrus – O senhor acredita que a pesquisa só é valiosa quando chega ao produtor. Quais iniciativas o IAC tem para aproximar ciência e prática, principalmente com pequenos e médios agricultores?

Marcos Landell: Exatamente. Um exemplo recente é o projeto IAC Portas Abertas, criado há alguns anos. Todo o instituto se mobiliza para receber visitantes, não apenas da cana, mas de todas as áreas: café, frutas, batata, amendoim, climatologia, estufas, laboratórios e bibliotecas. Recebemos mais de 7 mil pessoas em Campinas, que conhecem nossos laboratórios, nossas pesquisas e o prédio histórico inaugurado pelo Dom Pedro.
Além disso, temos ações contínuas, como o Grupo Fitotécnico, e desde 2016 o censo varietal do IAC, coordenado pelo Dr. Rubens Baga, que divulga informações sobre mais de seis milhões de hectares para mais de 200 empresas do setor, promovendo transparência e aproximação com produtores.
Outro destaque é o MPB – Muda Pré-Brotada, criado há quase 15 anos. Esse sistema agiliza a adoção de novas variedades e treina pequenos e médios produtores, que se tornam viveiristas credenciados pelo IAC, produzindo mudas de variedades IAC, CTC e IRB. Muitos desses produtores também se tornam especialistas em manejo varietal, fortalecendo a relação entre pesquisa e prática.
Por fim, centros específicos, como o Centro de Citricultura em Cordeirópolis, realizam eventos como a Semana da Citricultura, em junho, envolvendo cooperativas e associações como a Coopercitrus, criando janelas de contato direto entre ciência e setor produtivo. Todas essas ações buscam levar o conhecimento do IAC para o campo e acelerar a aplicação prática das tecnologias geradas.
Coopercitrus – O senhor mencionou que as cooperativas têm um papel importante na promoção de inovação e disseminação de tecnologias. Como o senhor avalia a importância das cooperativas na aproximação entre pesquisa e prática no campo?
Marcos Landell: É fundamental, sem dúvida. As cooperativas e associações desempenham um papel crucial, embora cada uma tenha percepções diferentes sobre essas oportunidades — e parte disso é responsabilidade da própria instituição de pesquisa, do IAC.
Um exemplo claro vem da área de amendoim, onde o IAC tem forte atuação. O trabalho das cooperativas e associações é essencial para conectar pesquisadores e produtores, captar recursos e viabilizar projetos de melhoramento genético. Pessoas como José Antonio de Souza Rossato Junior, ligado à Associação de Guariba e à Coplana, têm papel decisivo, sensibilizando os produtores a participarem de programas que geram tecnologia e inovação para o setor. O programa de amendoim do IAC, por exemplo, é o maior do Estado de São Paulo e influencia até a indústria, que adapta seus processos ao tipo de grão desenvolvido pelo instituto.
O mesmo modelo pode ser aplicado a outras áreas, como plantas aromáticas e medicinais. O IAC possui pesquisadores com conhecimento sólido, mas que muitas vezes não têm habilidades para captar recursos ou levar suas pesquisas para a prática. É aí que cooperativas e associações entram, aproximando ciência e campo, ajudando o pesquisador a implementar projetos que beneficiem produtores e o mercado. Um exemplo recente foi um evento sobre gengibre, planta medicinal com grande potencial, inclusive para aplicações em saúde, como na prevenção do câncer de pulmão.
Além disso, estamos pensando em projetos maiores, como o de sucessão familiar, para engajar jovens produtores. A ideia é criar cadeias de oportunidades, como o cultivo de gengibre ou outras culturas inovadoras, para que filhos ou netos se envolvam, se tornem gestores e se encantem com o campo, mesmo em famílias que estão envelhecendo.
O ponto central é que há muitas oportunidades de levar pesquisas do IAC para o campo, mas é preciso parceria. Cooperativas e associações são essenciais para transformar conhecimento em tecnologia aplicada, ajudando produtores a inovar, diversificar e manter a produção familiar. Se houver interesse, podemos apresentar um verdadeiro “cardápio” de oportunidades que o IAC tem gerado, mas ainda não consegue expandir por falta de força de divulgação.
Coopercitrus – Deixe uma mensagem aos nossos cooperados.
Marcos Landell – A minha mensagem é simples: conheço muitos produtores, milhares ao longo desses mais de 30 anos, especialmente pela minha relação com o agronegócio, e percebo algo comum em todos eles — o brilho nos olhos quando falamos do setor. Continuem com essa paixão pelo agronegócio, que é maravilhoso, gera empregos e protege nossa sociedade, mesmo diante de ações políticas que nem sempre são tão sensíveis quanto nós somos a essa causa.
Contem com o Instituto Agronômico. Ele não termina com a minha aposentadoria ou com a minha passagem — o IAC é uma instituição rara, com quase 150 anos, e continua viva, com pessoas talentosas, dedicadas e apaixonadas, não só pesquisadores, mas também todo o pessoal de apoio.
Convido vocês a nos procurarem, participarem de projetos como o de sucessão familiar, conhecer nosso “cardápio” de atividades, pesquisas e novas cadeias, que chamamos de cadeias de oportunidade. Venham nos conhecer, nos cobrem, nos envolvam. Será um prazer trabalharmos juntos para construir um agronegócio cada vez mais forte, inovador e perene.

Crédito para fotos: Arquivo IAC







