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Drone no Controle Biológico no Bicho Furão no Citros

A infestação inicial de um pomar de citros pelo Bicho Furão (BF) Gymnandrosoma aurantiana se dá por imigração de adultos em vôo, auxiliado pelas correntes de vento, trazendo indivíduos machos e fêmeas, acasaladas ou não que abordam as plantas aleatoriamente, ou atraídos por frutas prestes a iniciar maturação. Isso pode ocorrer vindos de talhões, ou pomares vizinhos de citros já infestados com frutas precoces, ou restos de colheitas, ou de frutas tropicais hospedeiras como abacate, maçã, lichia, fruta-do-conde, goiaba e manga.

Monitoramento. É detecção da entrada de adultos pela periferia do pomar através de armadilhas de feromônio sexual. É muito importante esta estratégia pois sabemos se está entrando de fora e quantos, a partir dos quais agiremos no controle biológico com a vespinha Trichogramma, parasitóide de ovos de lepidópteros em geral, e uso de outras técnicas alternativas de controle se necessário. As armadilhas podem ser usadas na base de 1 ou mais por 10 ha, na periferia por onde se percebe que entra mais adultos do BF. Se a infestação é crítica, usar mais armadilhas no interior do pomar também para detectar adultos residentes, ou seja, emergidos das pupas diretamente do solo.

Drone. Esses pequenos voadores, antes de amadores, agora de profissionais que vieram para o Agro para ficar, são extremamente úteis para inundar o pomar com vespinhas T. pretiosum. Com o Drone, passou-se a usar o ovo da micro mariposa Anagasta a granel, no lugar de ‘cartela’, veja no drone da foto superior. Outra consideração a fazer é a altura de vôo. O aparelho deve voar mais próximo possível do ponteiro das árvores e seguindo as linhas de plantio para o máximo de aproveitamento de vespinhas liberadas.

Dose. A dose geral recomendada é para quando o índice de adultos entrando pela periferia atingir 6/semana ou mais e o mesmo se ocorrer em armadilhas instaladas no interior do pomar. Cada liberação inundativa é de 300.000 vespinhas/hectare na área considerando-se também 10% ou mais de frutas com sinais de ataque. Repetir nas 3 semanas seguintes. Depois repetir a cada 20 dias até a colheita se necessário.  A inspeção de frutas com sinais de ataque é indispensável pois pode haver danos sem haver captura de adultos nas armadilhas e vice-versa. Lembrando que pode haver captura de adultos que vem de fora não refletindo o efeito das liberações pois esses adultos indicam que outros entraram no pomar e estão botando ovos. Portanto, não se pode depender da avaliação pela diminuição de captura de adultos como efeito do controle biológico. Esta só dever ser considerado com a diminuição de frutas com sinais de BF e/ou captura de adultos em armadilhas no interior do talhão ou pomar. Caso real. Na fazenda de tangerina, onde a infestação e danos era alta, aplicamos em 26 de março de 2018, pela primeira vez em citros, 300.000/ha, em 4 semanas seguidas e depois, a cada 15 dias 150.000/ha. Os danos desapareceram por meses a fio numa produção contínua de tangerinas Verona sem sementes, para exportação.

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