Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Pedro Lupion atua na articulação para aprovação de projetos de lei que gerem oportunidades e rentabilidade aos produtores rurais.
Pedro Lupion, deputado federal e influente líder agropecuário, tem raízes familiares fortes na defesa dos direitos dos produtores rurais. Atualmente preside a Frente Parlamentar da Agropecuária, onde promove sustentabilidade, desburocratização e abertura de mercados. Ele valoriza as cooperativas e incentiva a sucessão familiar e a inclusão de jovens no agronegócio, focando no crescimento do setor e no bem-estar das futuras gerações.
Lupion enfatiza a importância das cooperativas no desenvolvimento do agronegócio e a colaboração da FPA com a Frencoop para fortalecer essas instituições. Ele também destaca a necessidade de incentivar a sucessão familiar e a inclusão dos jovens no campo, garantindo uma transição eficiente e oportunidades para as novas gerações.
Em entrevista exclusiva, ele fala mais sobre sua trajetória, desafios e projetos que impactam diretamente os produtores rurais de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul.
Coopercitrus – Conte-nos qual é a sua relação com o agronegócio e sua trajetória até assumir a presidência da Frente Parlamentar da Agropecuária?
Pedro Lupion – Sou produtor rural, empresário e venho de uma família que sempre acompanhou e lutou pelos produtores rurais. Meu pai, Abelardo Lupion, ajudou a fundar a UDR (União Democrática Ruralista) e foi presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária durante seus mandatos de deputado federal, além de presidir a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados em duas ocasiões. Em 2018 fui eleito deputado federal e, desde meu primeiro dia, decidi integrar a FPA. Na Frente, fui coordenador de política agrícola, coordenador institucional e coordenador político da FPA na Câmara — isso tudo nos meus primeiros quatro anos em Brasília. Em 2022 fui eleito pelos meus pares para presidir a FPA a partir de 2023, e aqui estamos.
Coopercitrus – Quais são suas prioridades à frente da FPA?
Pedro Lupion – A mesma de todos aqueles que integram a nossa bancada: defender incansavelmente os direitos dos produtores rurais contra a sanha arrecadatória de governos como o atual, contra criminosos invasores de terras e garantir condições, a partir do nosso trabalho de articulação política em Brasília, para que os produtores possam continuar a gerar oportunidade e renda no campo e o agro continue a ser o motor da economia brasileira.
Coopercitrus – A regularização fundiária é um tema importante para muitos produtores rurais. Quais são os principais projetos em andamento nesse sentido e como eles podem beneficiar os produtores de SP, MG, GO e MS?
Pedro Lupion – A regularização fundiária pode ajudar a resolver a situação de muitos assentamentos irregulares nesses estados, assim como a titulação das famílias para que passem a ter direito à terra e possam produzir. No governo Bolsonaro, do qual fui vice-líder no Congresso, realizamos a titulação de cerca de 400 mil famílias. Temos acompanhado a tramitação no Senado do PL 510/2021, que trata, entre outros temas, da regularização por alienação ou concessão, ocupações de domínio da União, ampliação para 2.500 hectares da área passível de regularização, entre outros pontos. Sobre o mesmo tema, derrubamos recentemente vetos que afetavam o PL 2757/2022, que trata da regularização fundiária da Amazônia, em uma vitória para os produtores locais.
Coopercitrus – O licenciamento ambiental é um tema delicado e essencial para a sustentabilidade. Quais medidas a FPA está promovendo para simplificar e agilizar esse processo sem comprometer a proteção ambiental?
Pedro Lupion – O PL 2159/2021, que trata de normas gerais para o licenciamento, é uma proposta que entendemos poder ajudar a aperfeiçoar o ordenamento jurídico sobre o assunto. É preciso deixar claro que a ninguém interessa mais a preservação do meio ambiente que ao produtor rural brasileiro. Produzimos em apenas 25% do nosso território e temos o Código Florestal, uma legislação rigorosa e das mais avançadas do mundo que prevê o cumprimento de obrigações pelos produtores. Preocupam-nos os constantes ataques à segurança jurídica, seja com o IBAMA literalmente ignorando o Código Florestal com resoluções e portarias, ou o STF querendo discutir compensação de área de reserva legal, comprometendo a legislação nacional e também as legislações de 17 estados e do DF com uma alteração de entendimento adotado por décadas.
Coopercitrus – A reforma tributária é uma preocupação para o setor. Como a FPA está atuando para garantir que a competitividade dos produtores não seja afetada por aumentos de tributos?
Pedro Lupion – Nas discussões da reforma, no ano passado, conseguimos evitar prejuízos graves aos produtores rurais e também para o cooperativismo. Entre elas, a alíquota zero para a cesta básica; alíquota reduzida para alimentos, produtos e insumos agropecuários; a não incidência do imposto seletivo, entre outras vitórias. Agora, lutamos por uma cesta básica com imposto zero. Ao lado de outras 23 frentes parlamentares, apresentamos o PLP 35/2024 que engloba 19 categorias essenciais à alimentação e nutrição, além de cobrir 85% dos gastos das famílias com comida. Assim, será possível a redução imediata dos preços para o consumidor e a recuperação da produção agropecuária com a geração de oportunidades e renda no campo.
Coopercitrus – Quais são as iniciativas da FPA para promover a adoção de novas tecnologias e inovações no campo que possam aumentar a produtividade e sustentabilidade das propriedades rurais?
Pedro Lupion – A Frente Parlamentar da Agropecuária atua na articulação para aprovação de projetos de lei que permitam aos produtores rurais gerar oportunidade e renda no campo. Além disso, participamos de discussões e missões no exterior para conhecer iniciativas que estão funcionando. No ano passado fui a Israel, onde tive a oportunidade de ver como eles produzem naquela terra seca, usando gotículas para irrigar as plantações. Estamos atentos a pautas importantes como a rastreabilidade que, inclusive, certos mercados utilizam como uma barreira para evitar competição com os produtos brasileiros de alta qualidade. Temos boa relação também com instituições que são referência em pesquisa, como a Embrapa, e trabalhamos por projetos de estímulo a biocombustíveis.
Coopercitrus – Qual é a sua visão sobre a importância das cooperativas no desenvolvimento do agro brasileiro e como a FPA tem colaborado para fortalecer essas instituições?
Pedro Lupion – O cooperativismo é essencial para o desenvolvimento do agro, principalmente no meu estado do Paraná e no Sul do país. Temos, no Congresso, vários membros da FPA que também integram a Frencoop, a Frente do Cooperativismo, presidida inclusive pelo meu vice na FPA, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania/SP). Além disso, as duas frentes têm trabalhado unidas em várias discussões como a reforma tributária — na qual, a partir de articulações conjuntas, inserimos o ato cooperativo na Constituição.
Coopercitrus – A Sucessão familiar e a inclusão dos jovens no campo são pautas fundamentais para o setor. Como a FPA pode incentivar os jovens a permanecerem no campo e garantir uma transição suave e eficiente da gestão das propriedades familiares?
Pedro Lupion – O que temos hoje é uma situação onde o jovem estuda e faz faculdade na cidade, mas está cada vez mais atento às oportunidades no campo. O desenvolvimento das tecnologias, da agronomia, e do agronegócio em si têm criado oportunidades para que os jovens que venham de famílias de produtores rurais desenvolvam o negócio familiar e gerem valor. Na medida em que trabalhamos por propostas que diminuam a burocracia, favoreçam a segurança jurídica e a geração de renda, contribuiremos para que os jovens tenham mais oportunidades no campo.
Coopercitrus – Para finalizar, que mensagem o senhor gostaria de deixar para os nossos cooperados da Coopercitrus?
Pedro Lupion – Contem conosco e com nosso trabalho na FPA e na Frencoop para lutar de maneira intransigente por segurança jurídica, por mais oportunidades, menos burocracia e pelo crescimento sempre do cooperativismo e da agropecuária brasileira.