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A importância das cooperativas para o agronegócio nacional

José David é advogado, consultor e conselheiro de agronegócios.

 Os números do cooperativismo são superlativos. Dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) indicam que, em 2021, cerca de 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil transitou pelo sistema cooperativo, mais especificamente R$ 462 bilhões. Com apoio em números da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), a FIPE estimou em 10,1 milhões o total de empregos formais, ou 10,6% da população ocupada do Brasil, que estão diretamente relacionados com a atividade cooperativista nos mais variados setores, do agropecuário ao de crédito, passando pela saúde, transportes, produção e muitos outros.

Um dado interessante apontado pela FIPE mostra que a cada R$ 1,00 investido pelas cooperativas, R$ 2,92 retornam para a sociedade na forma de salários, tributos, produção e valor adicionado. Assim, em números aproximados, os gastos das cooperativas geram benefícios em triplo para as comunidades locais e para a sociedade como um todo. Inclusive, é maior a renda média das pessoas que habitam os municípios em que as cooperativas estão presentes: cerca de R$ 5.100,00 a mais do que a média, totalizando R$ 32.400,00 de PIB per capita. Uma verdadeira fonte de geração de riqueza e bem-estar para as famílias brasileiras.

São aproximadamente 4.700 cooperativas ativas no Brasil, de acordo com a OCB, sendo pouco mais de 25% do total no segmento econômico do agronegócio. Como parcela significativa da produção no campo é destinada à exportação, as receitas geradas, alavancadas pelo câmbio, são diretamente aplicadas nas populações locais, gerando um ciclo virtuoso de crescimento, desenvolvimento, capacitação e modernização do trabalho e da atividade econômica do país.

Das 300 maiores cooperativas do mundo, nove são brasileiras, todas direta ou indiretamente ligadas ao agronegócio. A Group Crédit Agricole, cooperativa francesa ligada ao setor financeiro, é atualmente a maior do mundo, com volume de negócios de US$ 89 bilhões em 2022. As maiores do Brasil, dentre as quais a Coopercitrus, ainda não atingiram tal patamar, muito em função do câmbio depreciado, porém crescem a olhos vistos a cada ano, mostrando a pujança e força do cooperativismo brasileiro e do agronegócio nacional. Certamente, dada a tração de crescimento do setor e a descoberta, pelos brasileiros, das enormes vantagens em compor o ambiente cooperativo, teremos em um horizonte não tão distante muitas cooperativas no topo dos rankings mundiais. 

Nesse contexto, uma conclusão inegável é a de que o cooperativismo contribui de forma crucial para o desenvolvimento do Brasil, especialmente do seu interior e das pessoas que habitam as novas fronteiras de crescimento do país. Os números não mentem e apenas demonstram o que todos já enxergam: que o cooperativismo vale muito a pena.      

Colaboração de:

José David é advogado, consultor e conselheiro de agronegócios. Contato: [email protected].

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