Projetos utilizam tecnologia de Internet das Coisas e NFC para aprimorar gestão de rebanho e controle de acesso em áreas rurais.
A tecnologia desempenha um papel cada vez mais relevante na busca por eficiência e sustentabilidade na produção agropecuária. Alunos do curso de Big Data no Agronegócio da Fatec, realizado na Fundação Coopercitrus Credicitrus, estão na vanguarda dessa transformação, demonstrando sua capacidade de inovação com a criação de soluções que prometem transformar a maneira como a agricultura é gerida.
Dois projetos desenvolvidos pelos alunos se destacam, trazendo soluções inovadoras para desafios reais enfrentados pelos produtores. Um deles é voltado para a gestão de rebanho, que fornecem informações valiosas sobre o desempenho dos animais. Já o segundo oferece solução para o aprimoramento de sistemas de controle de acesso que podem ser empregados em variados ambientes.
Os projetos foram concebidos na disciplina Internet das Coisas (IoT) e desenvolvidos pelos estudantes Guilherme Domingos Neves Neto, Paulo Sergio Calor Junior e Julio Cesar Honório, sob a orientação do professor Fernando Traina.
Utilizando a plataforma eletrônica Arduino e a tecnologia NFC (Near Field Communication), os projetos exploram a troca de dados por proximidade entre dispositivos. Essa conexão, amplamente utilizada em contextos como fechaduras e pagamentos, agora se estende ao campo agrícola.
Sistema de gestão de rebanho com tag NFC
O aluno Guilherme Domingos Neves Neto explica que, na pecuária, o sistema pode monitorar o desempenho dos animais a partir de uma tag fixada na orelha do animal: “Sempre que o bovino se aproxima de um sensor, é possível fazer o controle do peso do animal, saber quantas vezes ele se aproximou da cocheira para comer ou beber água e, a partir dessas informações, avaliar o bem-estar do rebanho. Outras informações importantes são o controle de aplicação de cada vacina, assim como o peso e idade do animal no momento da aplicação, fundamentais para uma boa produtividade”, reforça o estudante.
No caso das matrizes destinadas à reprodução, o uso da tag informa os dias de inseminação, a frequência dos cuidados adequados durante a gestação, o dia do nascimento, se houve ganho de peso ou se há sinais de desidratação. Tudo isso associado a um sistema onde não há necessidade de fazer anotações em papel que podem ser perdidas, rasgadas e até mesmo preenchidas com letras ilegíveis.
“A ideia do projeto é facilitar a gestão do rebanho e dessa forma não é necessário um grupo grande de funcionários para gerenciar o banco de dados. Sempre que o animal estiver utilizando a tag e se aproximar do sensor, todas as informações serão coletadas e integradas ao sistema de gerenciamento. O gestor ou proprietário, por exemplo, pode fazer o acompanhamento de forma remota, precisando apenas do acesso à internet”.
Controlador de acesso em vários ambientes
Outra aplicação dessa tecnologia é voltada para o acesso em locais que necessitam de mais controle, como estufas ou armazéns. Com essa tecnologia, apenas pessoas autorizadas conseguem entrar no espaço.
O professor Fernando Traina ressalta que a agropecuária moderna gera uma quantidade massiva de informações. Nesse cenário, a tecnologia de Big Data desempenha um papel crucial. “Ela possibilita o processamento eficiente de grandes volumes de dados, fornecendo insights valiosos para a tomada de decisões. Essa abordagem ajuda produtores de todos os portes a entender as variáveis que impactam suas safras, promovendo melhorias contínuas”, afirma Traina.
Os projetos estão em constante aprimoramento e já despertaram o interesse de pecuaristas locais e da gestão pública. A próxima etapa envolve a implementação prática e comercialização dessas soluções, demonstrando como o conhecimento adquirido na Fatec pode se traduzir em soluções reais para os desafios do agronegócio.
Big Data no Agronegócio em alta
Profissionais que atuam com métodos estatístico no agro são cada vez mais disputados. A tecnologia amplia a demanda por profissões do futuro no campo e uma delas pode ser cursada na Fatec de Bebedouro (SP). O curso Superior em Big Data no Agronegócio é gratuito e noturno, com duração de três anos. As aulas são ministradas na Fundação Coopercitrus Credicitrus, um ambiente propício para promover a integração entre a teoria e a prática, formando mão-de-obra especializada com área de campos experimentais, laboratório de análise de solo e folhas, viveiro de mudas, anfiteatro e centro de treinamentos.
A área de atuação é ampla e envolve mercados em constante crescimento e evolução. O profissional em Big Data no Agronegócio pode trabalhar em fazendas, lojas revendedoras de produtos agrícolas, consultorias ou empresas prestadoras de serviços agronômicos, empresas desenvolvedoras de software e fabricantes de equipamentos agrícolas e insumos. Os salários para esse profissional podem variar entre R$ 6 mil e R$ 17 mil por mês, de acordo com o Portal Salário, que reúne estatísticas salariais de todo país.