Com suporte da Coopercitrus, produtores de cana-de-açúcar, laranja e café aproveitam o mercado favorável para garantir produtividade e rentabilidade a longo prazo.
Os produtores rurais vivem um momento de oportunidades no mercado das principais culturas agrícolas do Brasil. Embora a safra de cana-de-açúcar, laranja e café enfrente desafios, ela oferece uma perspectiva promissora para aqueles que estão dispostos a investir em tecnologia e insumos para aumentar a produtividade. Com a valorização dos produtos e a redução dos custos de produção, a relação de troca está favorável, permitindo que os produtores adquiram insumos, fertilizantes e tecnologias com melhores condições. Essa é uma excelente oportunidade para investir em ferramentas que potencializam a eficiência no campo, reduzindo custos e melhorando a rentabilidade. A adoção de práticas de manejo modernas e sustentáveis é essencial para se manter competitivo no mercado agrícola atual.
Os Especialistas destacam a importância de um planejamento estratégico e a adoção de boas práticas agrícolas para maximizar a rentabilidade e enfrentar os desafios do setor. “A oportunidade e as possibilidades para os próximos meses são pensar no investimento da próxima safra, pois eles irão refletir a safra seguinte”, analisa João Rosa, sócio-diretor da Pecege Consultoria e Projetos.
A Coopercitrus oferece uma estrutura completa para apoiar seus cooperados em todas as etapas da produção agrícola. A cooperativa fornece uma ampla gama de insumos de alta qualidade, garantindo que os produtores tenham acesso aos melhores produtos do mercado. Além disso, oferece atendimento especializado, com profissionais capacitados prestando assistência técnica em campo, ajudando os produtores a otimizar seus resultados.
Cana-de-Açúcar: Mercado Estável
A produção de cana-de-açúcar no Brasil para a safra 2024 está estimada em cerca de 597,92 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 7,94% em relação ao ciclo anterior, conforme dados da Pecege Consultoria e Projetos. Apesar dessa redução, o setor conseguiu aumentar a produção total e diluir custos fixos, beneficiado pela queda nos gastos com insumos.
João Botão, sócio-diretor da Pecege Consultoria e Projetos, destaca que “o mercado de cana-de-açúcar está à frente de outras culturas com um ano bom, com margem positiva ao produtor”.
Ele explica que o setor conseguiu aumentar a produção e diluir os custos fixos, sendo beneficiado pela queda dos custos com insumos. No entanto, o preço do etanol continua em uma situação complicada. “O produtor está preocupado com o clima, principalmente em épocas importantes do desenvolvimento da cana. E alguns têm segurado as compras de insumos. Não vejo o porquê disso, pois elas já deveriam ter sido realizadas”, alerta Botão.
A compreensão clara dos custos de produção é essencial para a rentabilidade da cana-de-açúcar. “A relação de troca da última safra de cana, historicamente, foi de 75 toneladas de cana por hectare, considerando a precificação padrão com base no Consecana. Os custos estimados para a próxima safra serão de R$ 145,00 por tonelada ou R$1,15, o quilo do ATR (Açúcar Total Recuperável), considerando a formação do canavial, os custos de trato, o CCT (Corte, Carregamento e Transporte de Cana) e o arrendamento”, explica.
O planejamento é o principal ingrediente para os produtores colherem bons resultados. “A oportunidade e as possibilidades para os próximos meses são pensar no investimento da próxima safra, pois eles irão refletir na safra seguinte”, afirma Botão. Ele salienta que investir em produtividade com racionalidade econômica é essencial para obter maiores TCH (Tonelada de Colmo por Hectare) e maior rentabilidade.
Café: Um dos Melhores Momentos
Os produtores de café devem colher aproximadamente 58,81 milhões de sacas beneficiadas na atual temporada, o que, se confirmado, representará o terceiro ano consecutivo de crescimento no volume total colhido segundo o 2º Levantamento da Safra 2024 de Café da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A recuperação nos preços pagos pelo café se deve à menor oferta do produto, tanto no Brasil quanto no exterior, causada por problemas climáticos e secas severas nos últimos anos. “No caso do Brasil, estamos arrastando problemas nas produções há alguns anos. Tivemos a geada e o frio intensos de 2019 e 2021, que foram terríveis para as regiões acometidas”, afirma Rodrigo Ticle, engenheiro agrônomo consultor do Projeto Educampo/Sebrae.
Segundo Ticle, “os preços pagos hoje pelo café cobrem os custos de produção, mesmo os indiretos. Produtores financeiramente saudáveis podem aumentar suas reservas e investir em novas lavouras, máquinas e benfeitorias para continuarem crescendo. Para produtores com compromissos financeiros pendentes, este é um momento importante para quitar dívidas de anos anteriores”, salienta.
Para aproveitar as oportunidades, Ticle recomenda que os produtores invistam em tecnologia para garantir a qualidade da produção de café, como o preparo do café em via úmida ou seu beneficiamento em máquina própria. Ele também sugere a renovação de lavouras e a adoção da irrigação para aumentar a produtividade.
Na visão de Ticle, o barter é uma ótima opção, devendo ser usado com responsabilidade. “O custo de produção e a expectativa de retorno devem reger a decisão. Propriedades descapitalizadas que precisam cuidar das lavouras podem usar essas modalidades e garantir o mínimo necessário para o bom desempenho das plantas no próximo ano. É uma oportunidade para renovar equipamentos obsoletos que prejudicam operações ou investir em melhorias que aumentem a produtividade e a qualidade, favorecendo melhores preços.”
Segundo Ticle, a expectativa para o ano agrícola que se inicia é de que o custo operacional efetivo de produção fique em torno de R$18.000. “É sabido que 40% desse valor será gasto com insumos. Nessa linha de raciocínio, com algumas sacas de café o produtor pode garantir uma boa parcela do seu custo de produção e, por consequência, a certeza do retorno financeiro.”
Citricultura: Preços Recordes Pagos ao Produtor
A safra de laranja 2024/25 no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro está projetada para ser de 232,38 milhões de caixas de 40,8 quilos, uma redução de 24,36% em comparação ao período anterior (Fundecitrus). Se confirmado, esse volume será o mais baixo em 36 anos, o que manterá os preços elevados para os citricultores. Margarete Boteon, pesquisadora do Cepea, destaca que em 2024 os preços da laranja à indústria podem alcançar máximas acima de R$ 70,00/cx, posta na fábrica – o maior preço apurado pelo centro nestes 30 anos de levantamento”.
Ela explica que a redução global da oferta e dos estoques de passagem impulsionaram os preços ao patamar recorde. Mesmo diante do cenário positivo em preços, Boteon alerta que, dependendo das condições regionais e da alta incidência do HLB (greening), o produtor pode não ter uma rentabilidade positiva se sua produtividade for baixa.
“O ideal, mesmo com os preços atuais, é uma produtividade superior a 700 cxs/h.”
Em 2024, os preços recordes da laranja para a indústria paulista devem melhorar o poder de compra dos citricultores em relação aos insumos agrícolas, tornando a relação mais favorável nesta temporada”, enfatiza Boteon.
Ela destaca que os preços recordes e a redução nos preços de muitos insumos, especialmente fertilizantes, permitirão aos citricultores melhorar seu poder de compra e investimento na temporada que se inicia.
5 pilares essenciais para o sucesso do canavial Raphael Alves, especialista em cana-de-açúcar da Coopercitrus, detalha os pilares essenciais para uma condução eficiente do canavial, desde a preparação do solo até a aplicação de práticas de manejo sustentáveis que maximizam a produtividade e a rentabilidade para os produtores: |
1. Sistematização e análise de solo A sistematização permite implementar práticas de conservação do solo como a construção de terraços e curvas de nível, que reduzem a erosão. A análise de solo fornece dados precisos sobre a fertilidade e as necessidades nutricionais, permitindo planos de adubação personalizados. Testes de solo avaliam nutrientes essenciais e pH, ajudando a ajustar práticas de adubação para um crescimento saudável das plantas. 2. Nutrição da soqueira A nutrição da soqueira é fundamental para garantir uma rebrota vigorosa e uniforme, essencial para um canavial produtivo e longevo. “Uma soqueira bem nutrida tem maior capacidade de produzir colmos de qualidade e acumular açúcares, traduzindo-se em maior produtividade e rentabilidade”, destaca Alves. A- Estabelecimento da próxima safra: A rebrota da soqueira é responsável pelo estabelecimento da próxima safra de cana-de-açúcar. Um crescimento vigoroso das brotações assegura uma população adequada de plantas e uma cobertura eficiente do solo, resultando em um canavial uniforme e produtivo. B- Recuperação após a colheita: A soqueira precisa se recuperar após o estresse causado pela colheita, o que inclui a reposição de reservas de energia e nutrientes perdidos durante o ciclo de produção anterior. C- Maximização do potencial produtivo: Uma soqueira bem nutrida tem maior capacidade de produzir colmos de qualidade e de acumular açúcares, o que se traduz em maior produtividade e rentabilidade para o produtor. D- Os nutrientes mais importantes para o desenvolvimento da soqueira incluem nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio, além de micronutrientes como zinco, ferro, manganês e boro. 3. Controle de pragas e uso de biológicos Entre as principais pragas da cana-de-açúcar no Brasil destacam-se a broca-da-cana (Diatraea saccharalis), a cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata) e o bicudo-da-cana (Sphenophorus levis). O controle de pragas protege o canavial contra danos significativos às plantas e assegura maior produtividade à cultura. Uma abordagem integrada que combina métodos preventivos, culturais, biológicos e químicos é essencial para manter as populações de pragas abaixo do nível de dano econômico. Os produtos biológicos promovem o crescimento das plantas e controlam pragas e doenças de forma sustentável, reduzindo a dependência de inseticidas e minimizando impactos ambientais. Principais aspectos do uso de biológicos: A- Controle biológico de pragas e doenças: Os agentes de controle biológico como bactérias, fungos entomopatogênicos e parasitoides são utilizados para controlar pragas e doenças de forma natural, reduzindo a dependência de inseticidas e minimizando os impactos ao meio ambiente e à saúde humana. B- Promoção do crescimento: Algumas cepas de bactérias e fungos benéficos têm a capacidade de colonizar as raízes das plantas e formar simbiose, fornecendo nutrientes, aumentando a absorção de água e nutrientes e estimulando o crescimento e o desenvolvimento das plantas. C- Melhoria da saúde do solo: Os bioprodutos podem contribuir para a melhoria da saúde do solo, aumentando a atividade microbiana, a matéria orgânica do solo e a disponibilidade de nutrientes para as plantas. Isso resulta em solos mais férteis, com maior capacidade de retenção de água e nutrientes e maior resistência a estresses bióticos e abióticos. (4) Manejo de Herbicidas O manejo eficiente de plantas daninhas é essencial para garantir o desenvolvimento saudável da cana-de-açúcar, minimizando a competição por recursos e maximizando o rendimento da cultura. A escolha dos herbicidas e a aplicação correta são aspectos-chave para o sucesso do manejo de plantas daninhas. É importante selecionar produtos que apresentem eficácia contra as espécies-alvo e sejam compatíveis com as condições ambientais e as características do solo. Além disso, a rotação de herbicidas e o uso de diferentes modos de ação ajudam a reduzir o risco de seleção de plantas resistentes e prolongar a eficácia do controle ao longo do tempo. (5) Nutrição Foliar A nutrição foliar complementa a adubação convencional, fornecendo nutrientes diretamente às folhas. “Os nutrientes aplicados via foliar são prontamente absorvidos, permitindo uma resposta rápida às deficiências nutricionais”, detalha Alves. |
5 Pilares para aumentar a produtividade no café Thiago Oliveira, especialista em café da Coopercitrus, detalha as etapas base para os produtores de café otimizarem a produtividade e a sustentabilidade de suas lavouras, garantindo um desempenho consistente e rentável ao longo do tempo. “O sucesso da atividade depende da capacidade de condução e intervenção rápida sobre as plantas de modo a potencializar o aporte de insumos, reduzindo ineficiências e perdas para garantir as altas produtividades esperadas”, salienta. |
Estruturação e análise de soloConsiderando a alta demanda nutricional de plantas cafeeiras com alto potencial produtivo, a análise de solo é indispensável para realizar correções e fertilizações assertivas e economicamente viáveis. Oliveira explica que a coleta de solo para análise deve ser realizada cerca de 40 dias após a última adubação, entre os meses de março e abril, sob o dossel das plantas em ambos os lados da linha de plantio. Além disso, é indispensável a realização anual da amostragem em superfície, de 0 a 20 cm de profundidade, e em profundidade, entre 20 e 40 cm. A mudança na época de amostragem se dá devido à maior flexibilidade e disponibilidade operacional nesse período. Isso permite a realização de correções de solo antes da colheita, quando a frequência de operações se reduz drasticamente, além de facilitar a programação da fazenda. Com as análises em mãos, o cooperado pode adiantar as negociações de fertilizantes e corretivos, garantindo melhores condições de preço e maior disponibilidade do insumo para entrega antecipada. Devido à baixa reatividade do calcário e à demanda por maiores volumes de água para solubilizá-lo, a realização das operações de calagem e gessagem nesse período garantirá um solo mais corrigido e fértil na florada, período crítico de demanda nutricional da planta de café. Segundo Oliveira, a amostragem em profundidade influencia a capacidade do produtor em corrigir o solo em profundidade, criando condições adequadas para o crescimento do sistema radicular em todo o perfil de solo, permitindo às plantas explorarem com maior facilidade os nutrientes e a água em suas camadas mais profundas. Assim, constrói-se um perfil de solo corrigido, sobre o qual se desenvolvem plantas mais bem nutridas e mais tolerantes aos estresses bióticos e abióticos. 2 Nutrição adequada Após a análise de solo, é essencial elaborar um plano de correção e nutrição do solo e das plantas. Considerando a bienalidade da cultura do café, é fundamental compreender que as proporções de demanda de nutrientes variam ao longo de um ciclo de dois anos. Em anos de baixa carga pendente de frutos as plantas de café demandam maior proporção de nitrogênio em comparação com o potássio, recomendando-se parcelamento de nitrogênio conforme a exigência das plantas ao longo de todo o período chuvoso. Para potencializar o uso de fertilizantes nitrogenados, a correta nutrição com enxofre e magnésio via solo, por meio de corretivos e fertilizantes, é essencial, bem como o uso foliar de elementos como molibdênio, níquel e magnésio. Considerando sua importância na rota de síntese do triptofano na planta, aminoácido precursor de auxina, o posicionamento foliar de zinco ao longo de todo o verão é bastante relevante. Ao final do verão há grande importância do posicionamento de boro e cálcio via solo para contribuir na fase de diferenciação floral, que ocorre entre os meses de fevereiro e maio. No ano seguinte, cuja expectativa de safra é maior, a proporção N/K se inverte em favor do potássio, com necessidade da maior parte do volume total até o início da fase de enchimento de grãos. A nutrição com magnésio e cálcio, por sua vez, segue essencial, especialmente para correto balanço de bases (Ca:Mg:K na proporção de 9:3:1) no solo. A importância de cálcio e boro na pré-florada é significativa, sendo necessária a adubação via solo direcionada para essa demanda. Via foliar, o uso de CoMoNi nas pulverizações das épocas de florada, chumbinho e expansão é bastante responsivo, ainda mais considerando anos de maiores estresses por fatores abióticos. O uso de nutrientes relacionados ao sistema energético e antioxidante das plantas, como magnésio, manganês, cobre, ferro e zinco, também é importante para a mitigação desses estresses e a potencialização do resultado produtivo da lavoura. Por fim, durante a fase de enchimento, o uso de molibdênio, magnésio e potássio via foliar vem garantindo respostas positivas em termos de rendimento, peso de grãos e qualidade de bebida. 2 Controle fitossanitário O controle de pragas, doenças e nematoides é vital para evitar perdas significativas na produtividade. A limitação do crescimento das plantas e a redução da folhagem impactam negativamente tanto a safra pendente quanto a seguinte. “O controle integrado, que combina defensivos seletivos com manejo cultural e biológico, é fundamental para o sucesso da lavoura”, destaca Oliveira. Aspectos gerais de algumas pragas e doenças do cafeeiro. Observa-se lagarta de bicho mineiro, ramo infectado com bacteriose, broca em fruto em pleno enchimento, folhas com lesões ativas de ferrugem e, ao centro, galhas de nematoide em raízes de café. O controle de pragas, doenças e nematoides é vital para evitar perdas significativas na produtividade. As pragas e patógenos desfolhadores causam prejuízos tanto na safra atual quanto na subsequente, reduzindo a síntese de fotoassimilados e, por consequência, o crescimento das lavouras. Durante períodos quentes e secos é essencial focar no controle do bicho-mineiro, que se desenvolve favoravelmente nessas condições. Em períodos mais chuvosos e quentes, a ferrugem tende a se disseminar e causar danos significativos. Já em condições de baixas temperaturas e alta umidade a mancha de phoma se torna uma preocupação maior. Época e estádio fenológico de aparecimento de pragas e patógenos de parte aérea do cafeeiro. Oliveira ressalta a importância de entender como o estádio fenológico das plantas afeta quais pragas e doenças são prioritárias no controle fitossanitário. Por exemplo, nas fases de florada, medidas preventivas contra a mancha de phoma e o ácaro da leprose são vitais. Durante a expansão e o enchimento de grãos, especialmente em anos úmidos e de grande produção, o controle de ferrugem é crítico. Nesse período também é crucial controlar a cercosporiose, particularmente em lavouras com nutrição desequilibrada. O manejo da broca é igualmente fundamental, dada sua capacidade de causar danos diretos aos frutos. Os nematoides de solo, cigarras e fungos como Fusarium e Rhizoctonia também são capazes de reduzir drasticamente a produtividade das lavouras. A gestão eficaz dos nematoides de galha (Meloidogyne spp.), que limitam o desenvolvimento radicular das plantas, é cada vez mais importante para evitar prejuízos significativos causados por intempéries climáticas e restrições na absorção de nutrientes e água. O controle integrado de pragas e doenças ao longo de todo o ciclo da cultura é crucial. A adoção de práticas de manejo cultural e biológico, juntamente com o uso de defensivos seletivos, é fundamental para reduzir a propagação de agentes biológicos e fechar janelas de infecção e infestação, garantindo uma abordagem mais assertiva e economicamente viável para o produtor. 3 Mitigação de estresses climáticos A planta de café enfrenta diversos estresses climáticos ao longo do ano, como alta insolação, temperaturas extremas, granizo, geadas e baixa umidade. Por isso, é fundamental mitigar esses estresses utilizando várias estratégias, tais como nutrição adequada, sistematização do plantio, zoneamento climático, uso de plantas de cobertura e manutenção de palhada sobre o solo. Essas práticas são essenciais para proteger a lavoura e melhorar a produtividade. Danos causados por alta insolação, baixas temperaturas e estresse hídrico prolongado em lavouras cafeeiras. A sistematização e correção do perfil do solo, incluindo o uso de calcário, gesso e fósforo, são vitais para um bom desenvolvimento radicular, permitindo que as plantas acessem nutrientes e água mais profundamente, o que é crucial em condições adversas. O uso de bioestimulantes também é recomendado para preparar as plantas para enfrentar e recuperar-se de estresses climáticos extremos. Substâncias como extratos botânicos, aminoácidos e hormônios sintéticos podem ajudar a planta a suportar e se recuperar de condições adversas, garantindo a saúde e produtividade da lavoura. 1 Uso de plantas de cobertura O uso de plantas de cobertura em lavouras cafeeiras vem ganhando cada vez mais relevância, dada a grande quantidade de benefícios obtidos pelo seu uso. Entre os benefícios, destacam-se: A– Redução da evaporação de água e temperatura do solo: Mantém o solo mais fresco e úmido ao longo do ano. B- Aporte de matéria orgânica: Contribui com matéria orgânica tanto pela palhada quanto pelo sistema radicular das plantas. C- Ciclagem de nutrientes: Promove a ciclagem de nutrientes em profundidade, enriquecendo o solo. D- Melhoria da fração biológica do solo: Aumenta a diversidade biológica do solo, suprimindo pragas e patógenos. E- Estruturação do solo: Melhora a estrutura do solo através da ação direta das raízes e dos ciclos de molhamento e secagem. F- Redução de erosão: Diminui a erosão do solo, protegendo a superfície. G- Formação de bioporos: Essencial para a aeração e a infiltração de água no solo, melhorando a drenagem e as condições radiculares. |
Pilares para controlar o greening e aumentar a produtividade na citricultura O greening é a principal ameaça à citricultura, causando queda na produtividade, perda na qualidade do fruto, menor longevidade do pomar e aumento dos custos. Causada pela bactéria Candidatus Liberibacter asiaticus, também conhecida como huanglongbing, HLB ou amarelão dos citros, essa doença impede o desenvolvimento de novas árvores e faz com que os frutos de árvores mais antigas se tornem impróprios para consumo. O psilídeo é o vetor responsável pela transmissão da bactéria do greening. Para combater a propagação do greening, é essencial implementar medidas preventivas dentro e fora dos pomares. Controles eficazes do psilídeo são vitais, conforme destacado pelos especialistas Luis Felipe Rinaldi, Celso José da Silva e Nelcir Alves de Oliveira que salientam a importância do manejo correto para assegurar a produtividade e rentabilidade dos produtores. |
1 Rotação de Inseticidas para controle de psilídeos Pesquisas confirmaram a resistência dos psilídeos dos citros aos inseticidas dos grupos químicos dos piretroides e neonicotinoides, bem como o início da resistência ao malationa dos organofosforados e a resistência cruzada dos neonicotinoides com a butenolida. Para prevenir o surgimento de populações resistentes do psilídeo, é essencial a rotação de inseticidas de ao menos quatro diferentes grupos químicos/modos de ação, e evitar aplicações sequenciais do mesmo modo de ação. O uso repetido pode diminuir a eficácia do inseticida e encurtar o período de controle do inseto no campo. No exemplo a seguir, apresentamos cinco grupos químicos diferentes: – Grupo 3A – Piretróides – Grupo 28 – Diamidas – Grupo 4 – Neonicotinoides, Sulfoxaminas e Butenolida- Grupo 5 – Espinosinas – Grupo 1 – Organofosforados e Carbamatos Cada grupo possui diferentes ingredientes ativos, mas todos operam com o mesmo mecanismo de ação. Por exemplo, no grupo 3A, o modo de ação envolve piretróides com diversos ingredientes ativos que agem de forma similar no inseto. Portanto, é crucial evitar aplicações sequenciais de produtos dentro do mesmo grupo. Abaixo, veja como os inseticidas devem ser rotacionados, com os ingredientes ativos permitidos destacados em azul na lista do Protecitrus. Figura 1. Rotação de inseticidas/modos de ação para controle do psilídeo dos citros. Os resultados dos testes de eficácia dos inseticidas em populações de campo podem ser consultados no site da Fundecitrus, na plataforma “Avalia Psilídeo”. É importante também melhorar a distribuição da calda e a cobertura das plantas, aumentando o volume aplicado por planta. 2 – Tecnologia de aplicação e a importância do uso de adjuvantes Para controlar de forma efetiva o psilídeo e outras pragas e doenças dos citros, é crucial fundamental os componentes do trator e do pulverizador às características do pomar. Aspectos como a velocidade de trabalho, a escolha das pontas de pulverização, o número de bicos do pulverizador conforme o tamanho da planta, a determinação do volume de calda da pulverização e a verificação da vazão das pontas e da pressão de trabalho são essenciais. A tabela abaixo sugere configurações ótimas para diferentes pragas e doenças, enfatizando a necessidade de uma distribuição adequada da calda para melhor cobertura das plantas. O volume de calda é determinado por metro cúbico de copa. Por isso, é necessário fazer a cubicagem de uma planta representativa do talhão a ser pulverizada (altura x largura x comprimento) e multiplicar por algum dos valores mostrados abaixo na coluna volume de calda. Os adjuvantes alteram as propriedades da superfície dos defensivos, melhorando a absorção pela folha e reduzindo a deriva. Na citricultura, o uso de óleos com propriedades espalhantes e penetrantes é destacado por aumentar a eficácia da aplicação, especialmente em condições adversas. Além disso, o óleo mineral em altas concentrações (Maior que 0,5% v/v) possui ação inseticida contra o psilídeo. 3) Mitigação de estresses climáticos Recentemente, a Fundecitrus divulgou a estimativa para a safra de laranja 24/25 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, indicando 232,38 milhões de caixas. Essa redução de 24,36% em relação à safra anterior deve-se principalmente ao avanço do greening e às ondas de calor recentes que afetaram especialmente as fases de desenvolvimento e crescimento das plantas, prejudicando o florescimento e a fixação dos frutos. Quando a planta de citros enfrenta estresses abióticos como calor, seca, luz excessiva ou salinidade, ela produz espécies reativas de oxigênio (ERO’s), que, em altas concentrações, podem ser tóxicas e causardanos celulares, potencialmente levando à morte das células. A) Fases fenológicas mais suscetíveis ao estresse térmico/hídrico e B) Queda de frutos recém-formados após ondas de calor (Fundecitrus). Para mitigar esses estresses e prevenir a queda de flores e frutos, algumas estratégias incluem: 1- Bioestimulantes à base de extrato de algas Ascophyllum nodosum, que estimulam a produção de antioxidantes e contém nutrientes, aminoácidos e hormônios vegetais, essenciais para a proteção contra o estresse oxidativo. 2- Fornecimento adequado de micronutrientes (B, Cu, Fe, Mn, Mo, Ni e Zn), que ativam enzimas do sistema antioxidante, ajudando a combater os ERO’s. 3-Suprimento extra de Mg, K e P, que apoiam a planta em condições de estresse, melhorando a capacidade das células de lidar com radicais livres e outros efeitos do estresse. 4- Caulim processado ou protetores solares, que formam uma camada mineral na superfície das plantas para refletir excesso de radiação e proteger contra altas temperaturas.Essas medidas são importantes para a manutenção da saúde e produtividade das lavouras, especialmente em condições climáticas adversas. |
Aproveite as oportunidades
A Coopercitrus está comprometida em fornecer insumos, atendimento especializado e assistência técnica para ajudar o produtor a alcançar a maior rentabilidade possível. Com uma estrutura robusta e uma equipe de especialistas, a cooperativa está pronta para apoiar os produtores em cada etapa do processo, garantindo a sustentabilidade e o sucesso dos canaviais.
Tecnologias potencializam os resultados
Em busca de maximizar a produtividade no campo, o Campo Digital Coopercitrus oferece tecnologias inovadoras que atendem aos mais variados pilares da produção agrícola. Entre elas, destacam-se:
- GeoFert: Permite uma análise precisa do solo, orientando os agricultores sobre a aplicação exata de fertilizantes para otimizar a nutrição das plantas e aumentar os rendimentos.
- Sistematização com GeoCoopercitrus VANT: Utiliza VANTs para mapear e planejar o uso do terreno de forma eficiente, promovendo uma gestão aprimorada das áreas cultiváveis e melhor aproveitamento da área, controle de enxurradas e manobras de máquinas.
- Aplicação de defensivos por taxa variável: Essa tecnologia possibilita a aplicação da quantidade necessária de defensivos em áreas específicas da lavoura, evitando excessos e promovendo uma melhor performance dos recursos.
- Drone de pulverização: Garante uma aplicação precisa e uniforme de defensivos, alcançando até as áreas mais inacessíveis, o que contribui significativamente para a eficiência do controle de pragas e doenças.
- Mapeamento via satélite: Proporciona uma visão detalhada e atualizada das condições das culturas, permitindo o monitoramento de pragas e condições das lavouras para auxiliar em decisões mais precisas.