O consorciamento de culturas, sistema alternativo à monocultura, consiste na implementação de duas ou mais culturas em conjunto a fim de trazer benefícios para todas as espécies envolvidas. O consórcio é capaz de maximizar o espaço e otimizar a utilização dos recursos ambientais como a água.
Para a implementação de um consórcio bem-sucedido, é necessário considerar a localização, o tempo de maturação, os hábitos de crescimento, as necessidades das plantas envolvidas e a fisiologia delas. De maneira geral, são consorciadas aquelas culturas que se complementam de alguma forma e podem ser utilizadas para a mesma finalidade, como, no nosso caso, alimento para os animais.
Milho x capim
O milho é uma planta ideal para esse tipo de sistema, pois possui o crescimento mais rápido que o do capim quando este está em condições de sombreamento. No entanto, caso haja necessidade, devemos realizar o “travamento” do capim com herbicida apropriado.
Os capins mais utilizados nesse consórcio são as braquiárias Ruziziensis, Marandu e Piatã, mas nada impede o produtor de realizar o consórcio com os Panicuns, como o Zuri, Quênia, Tamani ou alguma outra cultivar que está mais apta ao local desejado.
O método de plantio pode ser realizado em caixas intercaladas (milho, capim); terceira caixa para o capim ou plantio do capim a lanço. Para esse último, o ideal é realizar simultaneamente ao plantio do milho.
A taxa de semeadura do capim deve ser seguida como padrão, como se fosse plantio solteiro para que o estande se estabeleça uniformemente.
Sorgo x capim
Basicamente, esse consórcio pode ser seguido como o exemplificado de milho com capim. No entanto, devemos estar atentos à utilização de determinados defensivos na cultura do sorgo, pois ele é mais susceptível a alguns princípios ativos.
Milheto x Capim
O milheto é uma boa opção ao consórcio, pois entre suas características estão a baixa necessidade de fertilidade e a resistência à seca. Ademais, ele tem boa produção de matéria seca e alto potencial como planta descompactadora de solo.
O plantio das duas espécies geralmente é realizado a lanço, e as duas operações são ao mesmo tempo.
Devemos tomar muito cuidado com a taxa de semeadura do milheto, uma vez que ele avança no crescimento muito mais rápido que o capim.
Milho x feijão Guandu
O consórcio milho e feijão guandu é considerado um sistema com grande sucesso em produzir material vegetal com elevado teor de proteína, apresentando custo e manejo relativamente baixos.
Esse consórcio tem como benefícios fixação de nitrogênio na área (adubação verde), ganhos de proteína na forragem para os animais e descompactação do solo.
Esses foram alguns exemplos de consórcio e existem outras opções que podem ser realizadas, como a utilização de mixes de inverno, que surgem como alternativa alimentar para o período seco do ano e trazer vários benefícios para o solo. Você fará qual consórcio este ano?