Os crisopídeos são predadores generalistas de insetos e ácaros (Ordem Neuroptera: família Chrysopidae) muito badalados no meio acadêmico pela característica exclusiva com que se apresentam. Para começar, tem duas formas distintas conhecidas como Bichos Lixeiros das espécies do gênero Ceraeochrysa e outros, por carregarem no dorso os restos das vítimas predadas; e o Bichos Sem-lixo das espécies Chrysoperla e outros (Foto). Ambos nos Estados Unidos são chamados Chrysopid Green Lacewings (Asas verdes rendadas). Do primeiro, existe a espécie C. valida que é criada na Costa Rica para controle do Psilídeo dos Citros e do segundo, a espécie preferida para criação está sendo o C. externa para uso no controle biológico do Bicho Mineiro do Café (BMC). Em estudo feito na Unesp de Jaboticabal por Cassio Scomparin ficou claro que a espécie mais comum em citros é a C. everes e C. externa prefere habitar a cobertura vegetal dos pomares. É esperado o mesmo em café enquanto não se estuda a dinâmica dos crisopídeos nesta cultura. O importante é que pelo menos 2 laboratórios já existem produzindo em escala chrysoperla externa: SUSTE NAGIL, CEO Elton Caixeta em Patos de Minas-MG e Profa. Alessandra Marieli Vacari, da UNIFRAN, Franca-SP. Neste momento outros laboratórios devem estar sendo lançados, mas não consegui acessar na internet para citar no artigo. Os dois citados acima estão na área de café, tema do presente artigo, daí a razão da citação. Pois bem, o manejo ecológico do Bicho Mineiro do Café (BMC) em São Paulo ia muito bem com a atuação plena da Vespa Enxu Brachygastra lecheguana. Vimos também que ela estava presente nas áreas de Café do Oeste Baiano. Não sabíamos como estava o predador no Sul de Minas e no Triângulo Mineiro (Cerrado), o que estamos conhecendo agora neste último, através de um projeto ambiental. Em locais que a população é baixa por diversos fatores sendo os dois mais importantes: 1. a destruição por humanos supondo perigo de ferroadas e 2. escassez de locais ideais para nidificação da enxu como campos de gramíneas, capoeiras, sub-arbustos de florestas e matas ciliares, a liberação massal de crisopídeos é perfeitamente viável atualmente para completar o controle biológico da vespa. Com um pouco de apoio dos produtores de café e consultores na área poderemos chegar à plenitude do Manejo Ecológico tão almejado e tão necessário neste momento no agronegócio brasileiro. Sim, porque, a outra praga chave do café que é a broca, que até bem pouco tempo atrás era só controlada por meio de inseticidas altamente tóxico ao meio ambiente exigindo muitos cuidados, agora pode sê-lo com o uso de microbiodefensivos como os à base do fungo Beauveria bassiana, apresentada por várias biofábricas em formulações de alta qualidade e eficácia se aplicados com critério e tecnologia.