CULTURAS

Dinâmica dos hormônios no ciclo fenológico da cana-de-açúcar

Hormônios vegetais, também conhecidos como fitormônios, são substâncias produzidas pelas plantas que desempenham um papel crucial na regulação de seu desenvolvimento e crescimento, durante o ciclo fenológico da cana-de-açúcar. Mesmo em quantidades diminutas, essas substâncias funcionam como “mensageiros químicos”, transmitindo sinais entre células, tecidos e órgãos das plantas superiores. Esses fitormônios são produzidos em locais específicos da planta e têm a finalidade de desencadear respostas em partes específicas.

Os principais tipos de hormônios vegetais incluem auxinas, giberelinas, citocininas, etileno e ácido abscísico.

As auxinas são responsáveis por regular o alongamento e a divisão celular, promovendo o crescimento de segmentos de órgãos. Elas desempenham um papel fundamental em vários processos de crescimento e desenvolvimento celular, incluindo divisão e alongamento celular, controle da dominância apical, abscisão de órgãos, formação de raízes, resposta a estímulos (tropismo) e envelhecimento (senescência).

Em conjunto com as citocininas, as auxinas promovem a divisão e a diferenciação celular. Além disso, a nutrição adequada com cálcio e boro é essencial para a formação adequada da parede celular.

As giberelinas estimulam o alongamento e o desenvolvimento de gemas. Por exemplo, estudos realizados por Bull (1964) demonstraram que o uso de giberelinas aumenta o comprimento do colmo e a massa fresca, além de aumentar o teor de sacarose em folhas de cana tratada.

As citocininas desempenham um papel significativo em diversos processos de crescimento e desenvolvimento das plantas, retardando o envelhecimento, regulando a dominância apical e promovendo a divisão celular.

Para maximizar a eficácia do uso de bioestimulantes, é essencial compreender o estágio fenológico da cultura.

No ciclo fenológico da cana-de-açúcar, existem quatro fases de desenvolvimento:

1ª – Brotação e Emergência

Nesta fase, a umidade do solo é essencial para a brotação e o desenvolvimento das raízes (influenciado pelas citocininas). Após 30 a 60 dias, ocorre o desenvolvimento do colmo primário com crescimento da gema apical (auxina), formação de nós e entrenós (giberelina) e início do enraizamento inicial, chamado de raiz cordão. O uso de bioestimulantes nessa fase melhora a brotação uniforme, especialmente em plantios de baixa umidade ou durante o inverno, resultando em um aumento médio de produtividade de cerca de 8 toneladas por hectare.

2ª – Perfilhamento

Nessa fase, ocorre o desenvolvimento de perfilhos a partir das gemas laterais, influenciado por fatores como água, nutrientes e aeração do solo. A alocação adequada de variedades de acordo com o ambiente é fundamental para maximizar a produtividade.

3ª – Crescimento dos Colmos

Após o perfilhamento, os colmos que permanecerão até a colheita passam por um estágio de crescimento em altura e acúmulo de sacarose, principalmente nos entrenós da base. As auxinas desempenham um papel crucial nessa fase, estimulando o alongamento dos entrenós e contribuindo para o desenvolvimento das gemas apicais e folhas jovens. Além disso, a nutrição adequada de zinco é importante, pois ele é um precursor hormonal das auxinas.

4ª – Maturação dos Colmos

Essa fase ocorre simultaneamente ao crescimento dos colmos, à medida que a sacarose se acumula nos entrenós. A colheita depende de vários fatores, incluindo a variedade, época de plantio e manejo.

A produtividade de cana-de-açúcar é dependente da interação do ambiente (solo, clima e etc.) com genética (resposta de cada variedade de cana) e o manejo (uso de biestimulantes, nutrição, controle de pragas/doenças/plantas daninhas, época de plantio e colheita etc.) e os componentes de produtividade são:

TCH = D² * C * H * (0.007854 / E)

Onde:

D = diâmetro médio dos colmos (em centímetros)

C = número médio de perfilhos por metro linear

H = altura média dos colmos (em centímetros)

E = espaçamento médio entre os sulcos (em metros)

Os bioestimulantes influenciam diretamente esses componentes e fatores, que podem afetar o sucesso ou insucesso da produtividade:

  • D = Diâmetro dos colmos: Afeta fotossíntese, sanidade das folhas, competição com plantas daninhas, deficiência nutricional, densidade de plantas, estresses e giberelinas.
  • C = Número de perfilhos: Influenciado por pragas, doenças, fitotoxicidade de herbicidas, brotação, estresse, deficiência nutricional, auxinas e citocininas.
  • H = Altura dos colmos: Relacionado à realização completa da fotossíntese, nutrição mineral, giberelinas, auxinas e citocininas.

Para obter os melhores resultados econômicos ao usar bioestimulantes na produção de cana-de-açúcar, os agricultores devem buscar orientação da equipe da Coopercitrus, que pode fornecer recomendações adequadas com base nas condições locais de cada área de produção e no estágio fenológico da cultura da cana-de-açúcar.


Referências:

  • “Tudo sobre as fases de desenvolvimento da cana-de-açúcar” disponível em: https://www.stoller.com.br/tudo-sobre-as-fases-de-desenvolvimento-da-cana-de-acucar
  • “Fisiologia da produção de cana-de-açúcar” de 2018, Editora Andrei.
  • “Fisiologia Vegetal: Reguladores Vegetais” de 2015, Editora Andrei.
  • Palestra: “Uso de bioestimulantes em cana-de-açúcar” por Eng. Agr. MSc Fernando Bacilieri.
  • Marcos Antonio Zeneratto, Consultor especialista em cana-de-açúcar da Coopercitrus.

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