CULTURAS

Larva do botão floral: nova praga nos limões

A flores caíam precocemente como se fosse podridão floral, mas foram ver, pareciam que eram os tripes os causadores. Acontece que tinha umas larvinhas que quase não se enxergava de tão pequenas. Porém o estrago era grande, não só pela queda, mas pelo dano no ovário diretamente, como na foto, no início e depois comiam também as estames-anteras (órgão masculino da flor) e as pétalas. Na florada principal a perda podia chagar a 80% na região de Itajobi-SP no limão Tahiti. Nas floradas secundárias e temporonas a perda podia chegar a 80%. Para essas informações tivemos apoio do Pesquisador Adalton Raga do IBSP.

São pequenas moscas, delicadas, da ordem Díptera (como moscas das frutas, doméstica, varejeira etc.), da família Cecidomyiidae que tem como principal atividade as larvas produzirem galhas nas plantas (reação da planta formando calos). Já foram detectadas no Brasil atacando tomate, batata e algodão e relatam também encontrado em citros. Os adultos, ainda não foram vistos e nem coletados ou criados em laboratório e as larvas serviram para estudar a espécie pelo colega Artur Rosa da Embrapa Meio Ambiente, como simulado na foto chegando perto de um botão floral medem apenas 1,5 mm e duram de 1 a 2 dias apenas. As fêmeas põem ovos claros, alongados, medindo apenas 0,27 mm postos próximo do alimento, no caso, no topo do botão ainda fechado, entram por um orifício quase imperceptível. As larvas inicialmente nascem dos ovos em 1 a 2 dias, quase transparentes e no final ficam amareladas. O botão acima foi aberto por mim, coletado em pomar de Tahiti em Itajobi-SP, abril 2022, encontramos todas essas larvas (1,9mm) já danificado o ovário, podendo ser em média 25 por botão. Imediatamente, como já estão quase ao fim, depois de 8-12 dias, elas saltam para o solo para empupar. Esse salto pode alcançar até 60 cm, em média 30 cm, para passar por cima da copa da planta e cair no solo com segurança. A chegar elas andam e entram 1-2 cm, procurando umidade, se envolvendo com areia e argila, assim se camuflando para depois de 4 ou 5 dias os adultos emergirem e repetir o ciclo.Manejo. Praga nova, como tudo é novo, a seguir será apenas sugestão, dependendo das possibilidades do produtor. É bom ter um INSPETOR DE PRAGAS, se não tiver pelo menos no botoamento fazer uma inspeção de botões florais para presença ausência de larvas, abrindo o botão. Fazer vistoria em 3 botões aleatoriamente em 1% das plantas do talhão e quando atingir 10% pedir a orientação de um agrônomo. Ao mesmo tempo a título experimental sugerimos aplicar fungos comerciais sobre o solo na projeção da copa visando infectar pupas em trânsito e alojadas no solo. Por fim, é bom salientar que onde essa praga ocorre e nas culturas que é problema a resistência tem ocorrido facilmente e o controle químico falhado constantemente.

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