CULTURAS

Transição das águas: seca, suplementar é preciso!

Por: Luis Gustavo Rossi e Victorhugo Cristino Torraca
Desenvolvimento técnico de mercado da Coopercitrus

Nesta época do ano, os pastos começam a amadurecer devido à diminuição de temperatura, à falta de chuvas e ao menor número de horas com luz do sol. Como consequência, na planta, há a queda na quantidade de proteína e o aumento do teor de lignina (componente do capim que o gado não aproveita), causando a diminuição do seu valor nutricional.

Abaixo, observa-se a variação da proteína do capim Marandu ao longo do ano:

*Os teores apresentados podem variar de acordo com o regime de chuvas da região e a fertilidade do solo.

Neste período, deve-se proceder com o ajuste de carga, diminuindo a lotação das áreas utilizadas com a venda de alguns animais. Em caso mantê-los, deve haver o fornecimento de alimento adicional, por meio da suplementação, por exemplo.

As forrageiras precisam ser manejadas com altura de resíduo pós-pastejo um pouco mais elevada do que o recomendado, uma vez que o restabelecimento da planta é dependente da quantidade de material fotossintético remanescente. Além disso, a maior intensidade de desfoliação (menor resíduo) em período crítico de transição pode resultar em prejuízos para a produtividade ou, mesmo, iniciar um processo de degradação da pastagem. 

Em geral, quando se fala em transição da época de águas para a seca, deve-se atentar para o planejamento alimentar da propriedade a fim de que a queda na produção de alimentos seja compensada. Um bom planejamento estratégico deve ser feito com a antecedência de um ano pelo menos. Não existe uma tecnologia específica para todos os sistemas de produção, por isso deve-se entender o cenário de cada propriedade e avaliá-lo bem.

Para manter o nível satisfatório de desempenho do animal, é necessário fazer a suplementação dele visando suprir a diferença entre os valores nutricionais do capim da época de transição e os do capim da época das águas. O plano de suplementação deve ser adequado a cada categoria animal, sistema produtivo e expectativa de desempenho, podendo adotar desde a estratégia de menor investimento, com o objetivo de um baixo ganho de peso, até a com maior investimento, maior consumo de suplemento e, consequentemente, um maior desempenho animal.

Além de adicionar nutrientes no rúmen do animal que não seriam incluídos só com o pastejo, a suplementação também contribui para a melhor fermentação ruminal, pois conta com aditivos e ureia na formulação dos proteinados, o que melhora o aproveitamento dos alimentos ingeridos e tem potencial para o aumento de ganho de peso.

Os animais criados a pasto no período de transição e suplementados “apenas” com mineral apresentam desempenho até 50% menor do que animais tratados com suplemento proteico. Já animais cuidados com suplemento proteico energético possuem desempenho 80% maior do que animais também tratados apenas com suplemento mineral. Essa diferença apresentada entre o desempenho em diferentes estratégias demonstra e reforça a importância de um plano específico para o período de transição.

Utilizando-se proteinados com consumo estimado de 1 grama para cada quilo de peso vivo, espera-se um ganho em torno de 300 a 500 gramas por cabeça/dia. Ressalta-se que esses ganhos serão obtidos no início do período de transição (abril, maio). Já o fornecimento de proteinados de maior consumo (3 a 5 gramas por quilo de peso vivo) gera uma expectativa de ganho maior. Atingir esses valores dependerá da qualidade e do manejo do pasto e da categoria animal utilizada.

Aviso Importante!

A partir do momento em que se inicia o fornecimento desses níveis de suplemento (acima de 3 gramas por quilo), não é recomendado diminuir o consumo.

À medida que o período de seca avança, a suplementação de maior consumo pode auxiliar como um substituto ao pasto. Em fazendas onde a lotação animal é apertada, pode-se fazer uma estratégia de suplementação visando substituir capim por alimentos no cocho, como volumosos, proteico-energéticos de alto consumo, rações – depende das categorias a serem suplementadas.

Cada planejamento nutricional deve ser personalizado de acordo com a realidade da propriedade. O acompanhamento técnico é primordial para o sucesso dentro da porteira!

Acione a equipe Coopercitrus para atingir os objetivos de suplementação!

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