Produtor rural alcança a produção de 32 litros de leite por vaca/dia, bem acima da média nacional de 8 litros.
A nutrição animal desempenha um papel crucial na qualidade da produção de carne e leite, sendo um fator decisivo para o desempenho do rebanho e a rentabilidade dos produtores. Com o suporte integral da Coopercitrus, o cooperado Laércio Antonio Arantes, de Jacuí, Minas Gerais, vem se destacando, alcançando uma produção impressionante de 32 litros de leite por vaca/dia — bem acima da média nacional de 8 litros.
Em uma região predominantemente voltada para o cultivo de café, Arantes apostou na criação de vacas da raça holandesa. Seus pais, Joaquim e Maria Roberta Arantes, iniciaram a atividade com apenas cinco vacas, produzindo leite para o consumo e sustento da família, com uma média de 5 litros por vaca/dia.
O ponto de virada ocorreu nos anos 2000 quando Arantes decidiu investir no negócio do leite, de olho na rentabilidade diária que a atividade proporciona. Ele percebeu que, mesmo com uma produção menor, o leite gerava renda constante, em contraste com o café, que gerava receita apenas duas vezes por ano. Com planejamento e determinação, o negócio de Arantes começou a crescer gradualmente, com a produção aumentando para 8 e 10 litros por dia, até chegar ao patamar atual.
“Aos 23 anos eu me casei com minha esposa, Vanda, e fui morar na cidade, onde fiquei por dois anos. Mas logo percebi que não era o que eu queria. Eu trabalhava todos os dias na roça com o cultivo do café e voltava até a cidade apenas para dormir. Quando Vanda ficou grávida da nossa primeira filha, meu pai percebeu que poderíamos enfrentar dificuldades. Ele me incentivou a comprar umas vacas e trabalhar com ele no barracão, pois assim teria renda para sustentar minha filha. E foi assim que começou a minha história com o leite”, conta Laércio, que hoje tem quatro filhos: Maria Angélica, Maria Eduarda, Maria Fernanda e Pedro Henrique.
Gestão e planejamento
O sucesso de Arantes se deve a uma combinação de fatores, incluindo a nutrição animal adequada e um ambiente confortável para os animais expressarem seu potencial genético de produção. Ele tinha o propósito de manter sua família e passou a planejar o seu negócio como uma empresa.
“O café era um excelente negócio, mas eu ganhava dinheiro uma vez por ano e seu cultivo era manual, não é como nos dias atuais. Por isso, decidi deixar a atividade e investir no leite. A produção era menor, porém me rendia dinheiro todos os dias. Cinco vacas me geravam renda suficiente para suprir o que minha esposa ganhava em seu trabalho, na época. Então eu investi no aumento dessa produção”, conta o cooperado.
Com planejamento e persistência, o negócio de Arantes começou a crescer. “No começo, as cinco vacas produziam uma média de 8 litros de leite por vaca/dia. Depois a produção foi crescendo para 10 litros de leite por animal/dia, até chegar na média atual. Sempre foquei em crescer devagarzinho, porém focado e separando as contas que eram do negócio das que eram da família”, relata o cooperado.
Arantes passou a enxergar o melhor da produção leiteira: “Criei minha família produzindo leite, e hoje conto com o apoio de todos os meus filhos e da minha mulher no negócio”, orgulha-se.
Todo esse cuidado resultou em um rebanho de cerca de 280 animais, sendo 130 vacas em lactação e uma produção média de 32 litros de leite por dia.
O segredo do sucesso
Com o suporte técnico da Coopercitrus, Arantes administra uma nutrição específica para cada fase dos animais entre vacas em pré-parto, em lactação e recria, adequando a dieta às necessidades de crescimento, amadurecimento e lactação. Além disso, ele investiu na melhoria das condições de cama dos animais e na saúde dos cascos das vacas, garantindo um ambiente saudável e confortável.
“O cooperado utiliza ração para lactação Cooper Leite 24 Top, Cooper Novilha e Cooper Bezerra Peletizada. Em cada fase o animal tem diferentes necessidades nutricionais. Por isso é importante adequar a dieta com nutrientes específicos para cada momento, passando pelo amadurecimento até chegar a fase da lactação. E a Coopercitrus tem o balanceamento específico para cada fase”, explica o assistente técnico em nutrição animal da Coopercitrus, Bruno Henrique Ferreira de Araújo.
Arantes enfatiza que a linha de Nutrição da Coopercitrus reduziu seus custos e ampliou seus rendimentos: “A produção da ração da Coopercitrus é muito rigorosa e mantém um padrão de qualidade e entrega pontual. Conto ainda com o suporte da cooperativa, com dicas, informações, dados e estudos. Com base nessas informações, temos conquistado bons resultados”, completa o cooperado.
Bem-estar animal
Outro investimento feito pelo pecuarista foi em um ambiente saudável e confortável para que os animais possam apresentar o melhor desempenho na produção leiteira.
“Quando visitamos a propriedade do Laércio, encontramos dois problemas que foram prontamente resolvidos por ele. O primeiro estava relacionado à condição da cama dos animais, e o segundo era a saúde dos cascos das vacas. Com as recomendações de manejo e com a implantação do pedilúvio as vacas apresentaram melhor locomoção. Enquanto esses problemas não fossem resolvidos, a nutrição não teria o resultado esperado”, esclarece.
Pedilúvio é uma caixa ou tanque que contém uma solução desinfetante em que os animais são obrigados a atravessar ao entrar ou sair de uma área, como um estábulo ou uma sala de ordenha. Isso ajuda a reduzir a propagação de doenças e infecções.
As ordenhas no sítio Três Marias são realizadas duas vezes ao dia. “Hoje temos animais que conseguem produzir 60 litros por dia. Isso é gratificante demais, pois não é fácil. Isso é resultado de muito trabalho. Desde 2005 eu trabalho com 100% de inseminação artificial associada à alimentação de boa qualidade, e temos conquistado a melhoras na produtividade”, afirma Arantes, satisfeito com os resultados.
Para Araújo, o sucesso dos bons índices da produção leiteira de Arantes é a somatória das ações realizadas no campo. “Ele é um produtor exemplar e segue todas as nossas recomendações à risca. A consequência disso é uma produção bastante expressiva com duas ordenhas”, avalia o especialista.
Sucessão familiar
A história de sucesso de Arantes não se resume apenas à sua produção leiteira, mas também à participação de sua família no negócio. Seus filhos e sua esposa são peças-chave em sua jornada, trabalhando lado a lado para impulsionar o crescimento e o sucesso do negócio leiteiro.
“Ver os filhos darem seguimento naquilo que ensinei e aprendi com meu pai é gratificante, uma sensação de dever cumprido. Ensinamos, mas eles decidem se querem seguir ou não”, conta, bastante emocionado.
“Temos muito orgulho dele e a nossa missão é ajudá-lo a crescer cada dia mais, com dignidade, humildade e muito trabalho. Tudo o que sei, devo a ele”, completa a filha Maria Eduarda, formada em veterinária.
Pioneirismo move a família Castilho
O cooperado Adaldio Castilho Filho, de Novo Horizonte, São Paulo, está a quase 400 quilômetros de distância do pecuarista Laércio Arantes, mas ambos compartilham um ideal em comum: investir na produção sustentável e se destacar na pecuária e na produção de leite.
Desde pequeno, acompanhando o pai Adaldio José de Castilho e o tio José Cesário de Castilho Filho, o cooperado aprendeu a ter amor pela pecuária. Hoje, tem um papel fundamental no crescimento e divulgação da raça Sindi no Brasil e no mundo.
“Por muitos anos sonhei em ver a raça Sindi reconhecida na pecuária produtiva nacional. Após a morte de meu tio Cito e de meu pai, eu assumi a responsabilidade pela raça em minha família. Trabalhei e trabalho com muito amor e dedicação, não medindo esforços nem custos para mostrar o potencial, fazendo testes em todas as direções para gerar dados e comprovar as verdadeiras aptidões e qualidades do Sindi”, destaca o cooperado.
Determinado a crescer de forma sustentável, Castilho Filho investe em boas práticas, em tecnologia e melhoramento genético. Ele participa de programas da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, como o PMG leite, PMGZ corte, controle leiteiro e torneio de leite oficial. Um de seus animais, a vaca Paz FIV da Estiva, se destacou e se tornou recordista mundial de produção e persistência de leite, despertando interesse internacional pela raça.
“Atualmente estou empenhado em aprimorar meu rebanho por meio do melhoramento genético para ter melhor qualidade de carne e leite. Além disso, realizo abates técnicos em diferentes frigoríficos para obter dados e comprovar as verdadeiras qualidades do gado Sindi na produção de carne e leite. Essa prática evidencia as diversas qualidades produtivas da raça”, detalha.
Formado em Engenharia Agronômica, ele também se dedica ao cultivo de cana-de-açúcar, feijão e milho. “A agricultura sempre fez parte da minha vida. Sempre trabalhei com gado, cavalos e plantações. Amo a atividade rural”, revela o cooperado.
A sinergia está presente em todo o processo de produção do cooperado. Ele aproveita todos os recursos disponíveis, inclusive o esterco do confinamento — que é utilizado na lavoura para melhorar a fertilidade e a estrutura biológica do solo, além de garantir a longevidade da cana-de-açúcar. Ele também planeja investir em compostagem no futuro.
Na empreitada em produzir mais com menos, aproveitando todos os recursos da natureza, Castilho Filho conta com o suporte da Coopercitrus: “Assim que a Coopercitrus chegou em Novo Horizonte eu me associei e, desde então, a cooperativa vem atendendo muito bem”, avalia o produtor. A parceria com a Coopercitrus também inclui a compra de tecnologias como o sistema de irrigação por pivô.
“O sistema de irrigação por pivô, que eu adquiri por meio da parceria com a Coopercitrus, é um dos investimentos que tem gerado resultados muito bons e aumentado a produtividade em minha área. Investir em tecnologia pode ser caro, mas é importante diluir esse investimento e pensar a médio e longo prazo, pois os benefícios são muito satisfatórios. Além de alimentar o mundo, geramos emprego e renda para as pessoas”, ressalta o produtor.
Para Castilho, o agronegócio brasileiro evoluiu com o acesso às tecnologias nos proporcionou ao agricultor melhor produtividade e rentabilidade. “Mas, para ter sucesso, é preciso planejamento e executar na hora certa, pois cada atividade no agro tem o seu momento de execução e colheita”, analisa.
A tecnologia também tem atraído o interesse do filho, Adaldio José Delsin de Castilho, nos negócios da família: “Ele está integrado com a tecnologia que usamos no campo, pois consegue acessar todos os dados pelo celular”.
Outra tecnologia adotada pelo produtor é o drone Agras DJ T30. Esse equipamento permite melhorias na aplicação de defensivos com praticidade e eficiência. “Tanto o meu filho como o engenheiro agrônomo aprenderam a operar o drone”, comenta.
Castilho Filho destaca que estar bem-informado e aberto a mudanças foi fundamental para seu crescimento nas atividades rurais. “Quando não tenho conhecimento sobre algo, procuro aprender com quem sabe. Quando eu saí da faculdade, tinha apenas conhecimento teórico. Por isso, busquei me espelhar em produtores experientes e sempre procurei me alicerçar em pessoas que sabem mais. Aqueles que fazem um bom trabalho encurtam o caminho para o sucesso”, conclui o cooperado.
Produção de leite A2: mercado promissor
Pioneiro, Castilho também se destaca na produção do leite A2. A alergia ao leite é um problema comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e se tornou um grande desafio do mercado para atender a esse grupo de consumidores. A alergia da filha de Adaldio Castilho, Isabela, o motivou a pesquisar e a se aprofundar no assunto, resultando em investimentos na produção de leite A2.
O leite A2 é um tipo de leite produzido por vacas que têm o gene A2 para a proteína beta-caseína. Diferente do leite convencional, o leite A2 é mais fácil de digerir, tornando-se uma opção interessante para pessoas com problemas de saúde relacionados à alergia ao leite.
O cooperado explica que todas as raças podem produzir leite do tipo A2, mas o diferencial dos animais sindi e sindolando é que eles possuem maior probabilidade para a produção desta variedade. “A raça sindi tem uma porcentagem de 85% a 90% na produção de A2. Algumas raças produzem mais o A1, que é o leite mais consumido de maneira geral”, afirma.
Castilho lidera um projeto para introduzir o leite A2 na merenda escolar das escolas de Novo Horizonte e também está envolvido na produção de queijo artesanal em Minas Gerais. “O prefeito de Novo Horizonte, Fabiano Belantane, viu a importância do projeto e introduziu o leite A2, na merenda escolar. Ele foi pioneiro”. Segundo ele, “é emocionante fazer parte dessa mudança na indústria de laticínios. Queremos oferecer uma opção mais saudável e acessível”.
Conheça alguns diferenciais do Leite A2
Mais fácil de digerir
O leite A2 é mais fácil de digerir do que o leite A1 para algumas pessoas.
Menos reações alérgicas
O leite A2 pode ser uma boa opção para pessoas que têm alergia ao leite A1, porque a beta-caseína A2 é menos propensa a causar reações alérgicas.
Melhores propriedades nutricionais
O leite A2 pode ter propriedades nutricionais melhores do que o leite A1, porque a beta-caseína A2 é mais facilmente digerida e absorvida pelo corpo.
*Se você está considerando mudar para o leite A2, converse com seu médico para saber se essa é a escolha certa para você.