Tecnologia, manejo e apoio técnico fazem a produtividade decolar

Com apoio técnico da Coopercitrus citricultor recupera pomar e mira expansão

Felipe Porta sempre teve o céu como horizonte. Piloto de aviação comercial, ele percorreu os céus deste mundo, mas foi em solo firme, entre pés de laranja e folhas verdes, que encontrou sua verdadeira rota. “Trabalho com aviação comercial, mas minha família sempre foi do agro. Meus avós começaram na época do café e migraram para a citricultura nos anos 80. Meu pai enfrentou um período difícil no início dos anos 2000 com o greening e a pressão do mercado, mas seguiu firme. Eu cresci vendo tudo isso”, relata o cooperado.

Em 2018, decidiu assumir a pequena parte da produção rural da família em Itápolis (SP), e aterrissou na citricultura com a missão de preservar o legado iniciado por seus avós e mantido por seu pai.

“Meu pai já está chegando aos 70”, conta Felipe. A propriedade de 14 hectares, antes arrendada, passou por uma transformação desde que voltou às mãos da família. Resolvi dar um apoio a ele e à minha família. Com apoio técnico e muito aprendizado, ele apostou na citricultura — tradição que atravessa gerações.

Logo nos primeiros anos, no entanto, surgiram os sinais de turbulência. O pomar apresentava folhas amareladas, ramos secando e produtividade em queda. “Tentei resolver por conta própria, mas percebi que precisava de ajuda especializada”, relata o cooperado.

A resposta veio com o suporte da Coopercitrus. Após enviar imagens e receber uma visita técnica do especialista da cooperativa, Felipe recebeu a recomendação de realizar o Geofert, solução do Ecossistema Campo Digital que oferece diagnóstico detalhado do solo com base em amostragem georreferenciada. A análise foi complementada com análise foliar, que confirmou deficiências de fósforo e magnésio, além de problemas com nitrogênio.

Protocolo técnico

Luis Felipe Rinaldi, consultor especialista da Coopercitrus, em visita à propriedade observou alguns pontos que chamaram atenção: “O produtor relatou sintomas de clorose, folhas bronzeadas, desfolha, secamento de ramos e frutos com pedúnculo necrosado. As folhas bronzeadas, desfolha e seca de ramos indicavam deficiência de fósforo”.

Diante desse cenário, o técnico recomendou a realização do Geofert, para a amostragem de solo georreferenciada, associada à análise foliar.

Com o diagnóstico em mãos, foi possível montar um plano de ação personalizado, que incluiu adubação de base, fertirrigação, uso de bioestimulantes e correções específicas com base nos resultados obtidos. “Aproveitamos o fim da temporada de chuvas para começar as correções, e a planta respondeu bem já no início do ciclo chuvoso, em outubro”, detalha Rinaldi.

A aplicação de fertilizantes via fertirrigação, o sistema de gotejamento e o manejo personalizado com suporte da Coopercitrus permitiram corrigir deficiências como fósforo e magnésio, melhorando o enraizamento, a floração e a carga de frutos”, detalha o especialista. 

O acompanhamento próximo, com visitas técnicas e orientação da cooperativa tem gerado excelentes resultados. A resposta da lavoura foi rápida: folhas mais verdes, brotação uniforme, floração intensa e melhor carga de frutos. “Hoje eu sigo um protocolo técnico: análise frequente do solo, correções programadas e uso de bioestimulantes. Isso fez toda a diferença”, afirma Felipe.  

Sustentabilidade no manejo

Além da aplicação de tecnologias avançadas, Felipe também adota práticas agrícolas sustentáveis, como a roçagem ecológica da braquiária entre as linhas de plantio. Com a roçagem ecológica da braquiária, foi possível reduzir o número de aplicações de herbicidas em função da manutenção da palhada sobre o solo na linha de plantio. “O grande diferencial desse manejo é a cobertura do solo, que reduz a emergência de plantas daninhas, diminui a necessidade de herbicidas e ajuda na conservação da umidade e da temperatura do solo. É um sistema mais equilibrado e eficiente, que protege o solo e melhora o ambiente para o desenvolvimento das plantas”, complementa Rinaldi.

A transformação no pomar foi evidente. As plantas responderam aos cuidados, e a lavoura voltou a exibir cor, vigor e saúde.

“Hoje eu sigo aprendendo, todos os dias. Mas a lavoura está bonita, saudável. É uma lavoura que eu considero de sucesso”, afirma o cooperado, de olho no futuro.  

A experiência positiva impulsionou novos planos. Com a lavoura recuperada, Felipe já planeja expandir sua produção. “Tem uma área ao lado, com mais 17 hectares, que quero aproveitar. O sucesso aqui me mostrou que dá certo.”

Com apoio da Coopercitrus, o cooperado encontrou um novo rumo — desta vez, com os pés na terra e o olhar voltado para um futuro mais produtivo, sustentável e conectado às suas origens.