Por: Santin Gravena
Com o inspetor ou inspetora de pragas numa atividade agrícola de médio ou grande porte, seja no modo ainda manual ou já no sensorial e usando georreferenciamento, o custo geral deve abaixar apesar dos grandes problemas fitossanitários que as grandes e médias culturas apresentam. Podemos citar por exemplo que o algodão tem a sua primeira praga impactante do MEP, o bicudo; a soja não resistente à ferrugem asiática, esta se torna o fator de abandono do MIP por ser atrativo ao produtor adicionar o inseticida nas pulverizações contra a doença; o milho tem a helicoverpa e a cigarrinha; o tomate tem os vetores de viroses, mosca branca e tripes, além da broca e da traça; o café enfrenta a broca do fruto como problema por atacar diretamente o grão e ter uma estreita janela para pulverização, no trânsito para reprodução; os citros têm o greening devastador transmitido pelo temido psilídeo e as pulverizações em calendário para preservar a produção.
A localização dos focos iniciais das pragas com destaque para as principais de cada cultura permite ação também localizada evitando custo maior de produtos e uso de maquinário/tratorista etc. Este é o trabalho da inspetoria de pragas que se torna o olho do dono sobre toda a área e o tempo todo.
Eliminar desperdícios numa atividade industrial foi estabelecido na fábrica da Toyota nos anos 1950 com o nome de lean (enxuto). Tomando a cultura do citrus como exemplo de caso real e uma das suas atividades mais críticas perante a sociedade que é o uso de inseticidas para controle de pragas, sem saber desta filosofia da Toyota, nós aplicamos algo semelhante quando nos foi solicitado redução de custo no fitossanitário.
Solução dada: aplicar o sistema MEP com mais rigor, era antes do greening: 1. mais autonomia dos gerentes para tomada de decisões; 2. tratores e tratoristas suficientes e em boas condições para não haver atrasos nas decisões de aplicações; 3. ter um mínimo de estoque, para pragas chaves previstas (ácaro da leprose + ác. da ferrugem) na fazenda para atender aplicações decididas, sem atrasos; 4. manter gerentes e inspetores treinados e harmônicos nos conceitos e prática do MEP e manejo de resistência; 5. manter planilhas manuais ou eletrônicas com lançamentos cronológicos das inspeções e das aplicações intercaladas para avaliação constante dos efeitos e auxiliar a rotação de mecanismos da ação dos produtos. Seguindo todos estes preceitos o produtor reduz desperdícios, agrega qualidade e economiza, como economizou o produtor acima em 30% no ano seguinte.
Com o greening, temos que adotar dois manejos: o do greening com os calendários, mas substituindo alguns tratamentos com biológicos sob orientação e aplicar o MEP conforme as diretrizes gerais postas acima sob orientação também, para as outras pragas como ácaro da leprose e da ferrugem. A orientação do uso de biológicos é aplicar e reaplicar várias vezes, para formar inóculo, pois não há risco de resistência como os químicos. No momento parece que os custos são elevados, mas sem o problema da resistência ao longo do tempo é o ganho certo e com o maior uso dos biológicos haverá inevitável barateamento dos custos.