EDITORIAS

Governança: qual o papel em agronegócios familiares?

José David é advogado, consultor e conselheiro de agronegócios.

Geração de valor compartilhado entre sócios e demais partes interessadas. Essa é a essência da boa governança corporativa, aplicável às cooperativas, organizações, entidades sem fins lucrativos e, também, às empresas familiares, muito presentes nas cadeias produtivas agroindustriais no Brasil e nas variadas gerações de produtores(as) e empresários(as) rurais no país.

De acordo com a mais recente atualização do Código de Melhores Práticas do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), trata-se a governança de um conjunto de princípios, regras, estruturas e processos que regem e norteiam as organizações, visando à geração de valor sustentável para a própria entidade, seus sócios e a sociedade em geral. Em outras palavras, a boa governança gera um ambiente de ganho e desenvolvimento para todos, sendo fundamental para a sobrevivência e perenidade dos negócios em um mercado cada vez mais competitivo.

Os pilares de uma boa governança residem em cinco princípios, de acordo com o IBGC: integridade, representada pela coerência entre discurso e ação; transparência, através da veracidade das informações, sejam elas positivas ou negativas; equidade, com tratamento justo e abordagem diferenciada para cada público e suas especificidades; responsabilização, na atuação com diligência e independência e “pele em jogo”; e sustentabilidade, zelando pela viabilidade econômico-ambiental-financeira, considerando os diversos capitais da organização (financeiro, intelectual, humano, social, etc).

Muitas são as razões para a implementação de uma governança sólida nos agronegócios familiares. Em primeiro lugar, a estruturação de um modelo de governança favorece o processo de tomada de decisões e a efetivação de soluções no negócio, gerando ganhos de eficiência e profissionalizando a gestão. Ademais, boas estruturas de governança possibilitam o desenvolvimento de novas lideranças e o preparo das futuras gerações para a condução dos negócios quando o bastão for passado adiante.

Nesse contexto, a governança em agronegócios familiares, do pequeno ao grande, enseja a extração do melhor que aquele negócio pode gerar, através da implementação de estruturas baseadas em princípios que possibilitam o pleno desenvolvimento da organização, a boa convivência entre os sócios, a tomada de decisões efetiva, o planejamento da sucessão, a integração dos membros da família ao negócio e aos valores que são caros aos fundadores e seus descendentes e, principalmente, a geração de riqueza e crescimento sustentável para todas as partes interessadas, dos sócios aos colaboradores, dos clientes aos fornecedores, da sociedade ao país como um todo.

Assim, a execução das boas práticas de governança nos agronegócios familiares possibilita a criação de valor perene, gerando retornos não apenas financeiros, como também de gestão, crescimento e perpetuação do legado nos negócios ao longo das gerações, em tempos cada vez mais desafiadores.

Colaboração de:

José David é advogado, consultor e conselheiro de agronegócios. Contato: [email protected].

ESPAÇO RESERVADO
PARA ANÚNCIOS

Compartilhar nas redes sociais