O termo “ESG” pode ser entendido como Governança Ambiental, Social e Corporativa. Sua origem está ligada ao grupo de trabalho do Principles for Responsible Investment, cujo objetivo é a promoção de investimentos sustentáveis para aumentar os retornos e gerenciar os riscos e as oportunidades das organizações, melhorando a capacidade das instituições financeiras de cumprir seus compromissos fiduciários, bem como de alinhar as atividades de investimento aos interesses mais amplos da sociedade. De outra maneira, o termo reflete a forma como as empresas identificam e incorporam temas socioambientais materiais a sua estratégia para gerenciar seus riscos e suas oportunidades.
A agenda ESG tem ganhado relevância nos mercados financeiros e se disseminado entre as organizações. De acordo com projeções da PwC, até 2025, cerca de 60% dos ativos de Fundos na Europa estarão ligados a investimentos ESG, o equivalente a, aproximadamente, US$ 9 trilhões de dólares. Nesse contexto, investimentos ESG são ativos financeiros que visam ao fortalecimento do meio ambiente, à melhoria da vida em sociedade e à adoção de melhores práticas de governança corporativa.
Arte – caixa de texto destaque: De acordo com o CBI, Climate Bonds Initiative, o Brasil irá receber até 2030 R$ 700 bilhões por meio da emissão de títulos verdes. Atualmente, o país é o maior mercado de títulos verdes da América Latina, com emissão de US$ 10,8 bilhões entre 2015 e 2021.
Para as empresas do agro, além de ser uma opção de crédito para suas operações, a agenda ESG permite melhor gerenciar impactos das operações, produtos e serviços, buscando impactos positivos e duradouros para a sociedade, reduzindo riscos e fortalecendo o relacionamento com as partes interessadas.
Tipos de investimento ESG no agronegócio
Em resposta à percepção do retorno financeiro positivo dos investimentos sustentáveis, o mercado brasileiro oferece uma diversidade de instrumentos financeiros capazes de serem apresentados como títulos temáticos (ESG). Essa diversidade favorece a captura desses recursos por membros da cadeia produtiva do agro, a despeito de seu porte. Mecanismos financeiros comuns no agronegócio como Debêntures, Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), entre outros, podem ser transformados em títulos ESG. Os títulos verdes, segundo os quais os recursos financeiros são direcionados a projetos com benefícios ambientais, correspondem à maior parcela de captação de recursos com fins sustentáveis na economia mundial e no Brasil. Somam-se aos títulos verdes outras modalidades de títulos temáticos, como: os sociais – atrelados a temas como educação, saúde, justiça social; os sustentáveis – combinação de investimentos verdes e sociais; os vinculados à sustentabilidade – investimentos vinculados à melhoria de desempenho em indicadores específicos de sustentabilidade; e os de transição – em que as atividades devem ser alinhadas ao Acordo de Paris e permitir a transição rumo a uma economia de baixo carbono.
Nesse contexto, em agosto de 2022, a Coopercitrus captou R$ 174 milhões em empréstimos no banco Bradesco. Foi a primeira operação de empréstimo vinculada à sustentabilidade que seguiu os padrões da Sustainability Linked Loan Principles (SLLPs). A operação permitirá a antecipação de recursos aos cooperados, por meio de CPRs, a taxas mais competitivas, ao mesmo tempo em que promoverá o desenvolvimento socioambiental atrelado à restauração de áreas de preservação ambiental e ao aumento da disponibilidade de água por meio do programa de recuperação de nascentes.
A emissão de títulos vinculados a compromisso ESG está cada vez mais presente no agronegócio. Não só as grandes empresas, mas os pequenos e grandes produtores rurais podem ter acesso a essas operações. São exemplos dessa nova realidade a JFCitrus, que conquistou a certificação necessária para a emissão de um título verde por meio da XP Investimentos; a Terral, que captou no Banco do Brasil recursos para custeio e investimentos em operações atreladas à redução das emissões de GEE e desenvolvimento da cadeia de valor sustentável; em março de 2021, houve o caso de sete produtores rurais do Cerrado, entre pequenos e grandes produtores, que fizeram a primeira emissão conjunta de “CRA Verde”.
Dessa forma, o produtor pode se beneficiar pela captação direta, consequência de seu compromisso com práticas sustentáveis, ou por meio da Coopercitrus, que, ao captar recursos mais baratos, repassa esse benefício aos cooperados com taxas de juros mais competitivas.
O agronegócio brasileiro apresenta um grande potencial para a emissão de títulos temáticos ESG. Os produtores e as demais agendas da cadeia produtiva do agro devem estar atentos a essas mudanças e trabalhar em prol da implantação de boas práticas ambientais, sociais e de governança em suas operações. O avanço da agenda ESG melhora, entre outros fatores, o acesso ao mercado de capitais, tornando suas operações mais competitivas. A Coopercitrus é parceira do produtor rural na transição para uma agricultura regenerativa, resiliente e sustentável, pois oferece insumos e serviços que potencializam a adoção de boas práticas agrícolas na propriedade rural, desde a aquisição de insumos à prestação de serviços.