O consumo de carne de suínos está crescendo.
O mercado de carne suína cresceu exponencialmente no Brasil ao longo dos últimos anos.
Em 2020, a exportação aumentou 48% em relação ao ano anterior, e o principal destino foi os países asiáticos (China, Tailândia, Filipinas) devido ao desabastecimento causado pela peste suína africana (PSA) que acometeu países da Ásia.
A expectativa é de que, até 2050, o consumo de carne suína dobre devido ao crescimento populacional, e a exportação também aumente.
No segundo trimestre de 2022, a produção de carne suína cresceu 6,78% em relação ao mesmo período de 2021, estabelecendo um recorde de 1,3 milhão de toneladas de carcaças (IBGE).
Mercado interno
O consumo interno também melhorou, passando de 16,9 quilos para 18 quilos per capita.
Esse desempenho pode ser creditado ao preço comparativamente melhor que o da carne bovina — os cortes suínos variam entre R$10,70 e R$15,60/kg.
Veja, na Figura 1, o aumento de consumo de carne suína em quilos per capita no segundo trimestre.
Figura 1 Consumo de carne suína per capita, em quilos, no segundo trimestre dos últimos 3 anos.
Durante o primeiro semestre de 2022, o aumento da disponibilidade de carne suína no mercado interno foi de 195,6 mil toneladas. Em relação ao mesmo período de 2021, houve um crescimento de 10,34% (Figura 3).
Figura 2 Disponibilidade interna de carne suína, em mil toneladas, no primeiro semestre de 2021 e 2022.
Mercado externo
A exportação de carne suína in natura em volume está sendo menor que em 2021 devido à recuperação do rebanho suíno chinês. Após a PSA, o país diminuiu a necessidade de importação.
Em 2022, até outubro, a exportação caiu 21% em relação ao mesmo período de 2021.
Apesar da queda nos embarques para a China, a expectativa é de que o comércio exterior absorva de 1,15 milhão a 1,2 milhão de toneladas em 2022. Em agosto, o desempenho da exportação foi de 116,3 mil toneladas, o maior volume em um único mês.
O volume exportado até outubro alcançou 836,58 mil toneladas em comparação ao mesmo período de 2021, tendo caído 3,2%. Até outubro de 2021, a exportação fora de 864,49 mil toneladas.
O faturamento foi de $2,4 bilhões em 2021, o maior nos últimos quatro anos; até outubro de 2022, o faturamento foi de $1,9 bilhões (Figura 3).
Figura 3
Faturamento, em bilhões de dólares, de 2019 a outubro de 2022.
Expectativa para 2023
O desafio em 2023 será o gerenciamento dos custos de produção, pois os preços de milho estão elevados, assim como os de demais componentes da ração. A tendência é de redução de margem. Um fato a ser considerado é a recuperação do rebanho chinês, fortemente atingido pela PSA. A exportação deverá continuar em expansão, mas em função da redução da importação chinesa, os números deverão ser menores.
Referências
CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Disponível em: https://conab.gov.br/institucional/publicacoes/perspectivas-para-a-agropecuaria/
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
MDIC. Comex Stat. Disponível em: http://comexstat.mdic.gov.br/pt/geral.
Scot Consultoria
Por Isabella Cavalcante, analista de mercadoScot Consultoria