Escrito Por: Prof. Santin Gravena
Ao levarmos em conta a maneira como vive o Ácaro Branco dos Citros (Citrus Broad Mite), Polyphago-tarsonemus latus, para definir a unidade de amostra para o manejo, verificamos que existe apenas um lapso de tempo disponível com a presença do ácaro danificando o broto e a fruta nova, com preferência nesta última.
Com esse estreito espaço de tempo de ocupação no período produtivo da planta, era de se supor que o controle biológico pela predação seria desprezível por desinteresse ou inoportuno. Porém, não é o que os estudos mostram. O colega pesquisador J. E. Peña, da Universidade da Florida, estudou a relação predador-presa dos ácaros Phytoseídeo: Ácaro-Branco, no sul da Florida, USA, na década de 90. Ele verificou que o fitoseídeo nativo Typhlodromalus peregrinus tinha maior preferência para predar ovos, ninfas e adultos do ácaro branco e teve eficiência de 75% em 6 dias. Para o Egípcio Badawi Abou-Awad e Colaboradores em 2014, o fitoseídeo Amblyseius swirskii, em estudo em pimentão, no Egito, concluiu que o ácaro branco foi consumido na base de 4 presas/dia pela fêmea adulta.
Uma das maneiras de avaliar a eficácia de um ácaro predador é aplicar um inseticida sabidamente causador de efeitos colaterais, como são os organofosforados e piretróides, para a supressão forçada dos predadores das parcelas em estudo para efeito comparativo. Peña então usou o permethrin, suprimindo os Phytoseídeos nas parcelas testemunhas, com isso manteve vivos os ácaros pragas, enquanto nas parcelas com a presença dos predadores, estes atuaram de forma eficaz no controle do ácaro branco.
O Fitoseídeo predador mais comum nos pomares nas nossas condições é, sem dúvida, o “pera”, Euseius citrifolius (Foto topo – detalhe à direita), conforme apontam vários estudos de espécies, sendo o mais populoso e frequente encontrado nas inspeções do ácaro branco.
O segundo mais comum é o “maçã”, Iphiseiodes zuluagai. Portanto, sugere-se incluir uma coluna ao lado da coluna do ácaro branco para termos a relação predador:presa e usar o nível-de-não-ação. Este nível, por enquanto, está sendo sugerido para não pulverizar quando encontrar uma relação 1:10, 1 predador para 10 pragas presentes, ou 30% ou mais de presença do ácaro predador nas inspeções.
O controle biológico natural é mais eficaz quando a relação predador-presa acima for encontrada com a presa no início de infestação, ou seja, em baixa densidade.