CULTURAS

Predação do ácaro da ferrugem por ácaros fitoseídeos

Escrito por: Prof. Santin Gravena

Se levarmos em conta o comportamento do Ácaro Ferrugem dos Citros (Citrus Rust Mite), Phyllocoptruta oleivora, a característica de abundância é elevada fruto da sua capacidade de reprodução altíssima. Além disso, o tipo de reprodução é partenogenética (sem necessidade de acasalamento) e local de ataque de preferência, bastante evidente, é o fruto verde na fase de crescimento. É uma das pragas mais estudadas quanto a danos e densidades de infestação e já existem estudos bem fundamentados de Nível de Dano Econômico. A sua característica de se situar de forma livre e solta sobre a casca da fruta tem facilidade para ser removida pelo vento, o largo tempo de infestação, que dura quase na totalidade do crescimento da fruta, cerca de 240 dias, a disseminação quase que exclusivamente pelo vento é o principal fator de reinfestação rápida, tão reclamada pelos citricultores. Permanece na planta durante todo o tempo de formação da fruta, desde o tamanho de “azeitona” (±2,5cm) até “quase-maduro” (±9cm), como já citado acima. Isso equivale a muitos dias de exposição das frutas ao ataque do AFC variando para mais ou para menos conforme a variedade. Se considerarmos uma geração por mês, temos ±8 gerações, de novembro a julho, do fruto “azeitona” ao “quase-maduro”.

No MEP, a amostragem discrimina 3 tipos de densidades-referências na estimativa de número de ácaros por cm2: ≥5 (para qualquer destino da produção: indústria ou mercado), ≥20 quando a produção é para o mercado e ≥30 quando é para a indústria. O controle biológico convém ser considerado, no caso do AFC, a primeira referência (≥5 ac/cm2) na relação com o predador Euseius sp. (concordis ou citrifolius) ou Iphiseiodes zuluagai, porque a eficácia na predação é maior nesta relação Predador:Presa.

Por um estudo de Peña na Florida, o fitoseídeo nativo não rejeitou o ácaro da ferrugem como alimento, mas se tiver que escolher, prefere o ácaro branco. Se tiver só a florada principal, o predador começa no ácaro branco e depois passa para o da ferrugem, numa boa, em sequência, mas se no caminho encontrar tetraniquídeos e até mesmo o da leprose, eles preferem ao da ferrugem. Num pomar orgânico ou num programa de citricultura sustentável é recomendável verificar no mercado de macrobiodefensivos qual espécie tem mais preferência para o ácaro da ferrugem, qual é mais propenso ao ácaro branco, caso tenha floradas concomitantes com frutas em crescimento, para compra e liberação. Finalmente, sugerimos os níveis-de-não-ação (NñA) possíveis: Primeira Opção: Assim, se tiver o dado de % de presença do predador e a % de frutas com 5 ou mais ácaros o NñA pode ser “pulverizar se ocorrer menos de 30% de presença do predador numa infestação da ferrugem de 20% ou mais de frutas com 5ac/cm2, 10% ou mais com 20 ou 10% ou mais com 30. Se encontrar 30% ou mais do ácaro predador e essas porcentagens da ferrugem citadas ou menos, aí então espera pela próxima inspeção. Segunda Opção: Relação predador: presa numa faixa: 10 a 30 ferrugem/1 predador presente na área de amostragem por talhão de manejo.

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