CULTURAS

Diagnóstico do pasto: corrigindo deficiências para alta produção

O uso do pasto na alimentação de bovinos, seja de corte ou de leite, é a forma mais econômica, e, quando manejado corretamente, se mantém produtivos por muito tempo, melhorando o desempenho dos animais, diferentemente de pastagens degradadas, que implicam na baixa produção de capim e com valor nutritivo inferior, o que sugere um diagnóstico do pasto.

A degradação de pastagens é o processo em que ocorre a perda de vigor e produtividade do pasto, tornando-o incapaz de sustentar os níveis de produção e a  qualidade exigida pelos animais, motivo pelo qual tem se tornado um grande impacto negativo para a pecuária brasileira, pois é um dos fatores limitantes para a produtividade dos animais.

Um pasto degradado é sinal que você já perdeu dinheiro!

Mas, como não degradar meu pasto e ainda produzir mais?

Assim como a gente, o solo onde seu pasto se encontra, também precisa de exames de rotina, e assim poderemos tomar medidas que façam com que o pasto produza mais e de forma eficiente, bem como a recomendação de taxas de fertilizantes adequadas para os diferentes solos.

Após a realização de uma análise de solo bem-feita, a primeira etapa a ser praticada é a correção do solo, se necessária. A correção é a base de tudo para que possamos alcançar nosso objetivo em produtividade.

Veja abaixo alguns benefícios da correção do solo:

  • Elevada produção forrageira,
  • Eleva a mineralização da matéria orgânica,
  • Fornece cálcio e magnésio,
  • Elimina a acidez solo,
  • Estimula o crescimento de raízes,
  • Eleva a disponibilidade de fósforo,
  • Combate o alumínio tóxico.

Sem praticar a correção (com o calcário, por exemplo), não conseguimos elevar o pH do solo, logo, em ambiente de pH inadequado, a adubação não será efetiva.

A movimentação de cálcio e magnésio provenientes da calagem, enriquecendo o perfil do solo, é um fenômeno conhecido, mas sua intensidade é de difícil previsão, pois é controlada por vários fatores, entre eles textura do solo, quantidade de água que se move através do perfil,, e dose e granulometria do calcário. Essa movimentação geralmente é pequena, podendo ser ampliada com adubações nitrogenadas em cobertura, em especial nas camadas superficiais.

Na presença de doses mais elevadas de nitrogênio, o cálcio pode ser levado para maiores profundidades, podendo aumentar, em três anos, a concentração de cálcio em dez vezes na profundidade de um metro em solo com 25% a 30% de argila. Essas técnicas, da calagem em superfície junto com aplicação de fontes nitrogenadas, além do uso de gesso, devem ser adequadas para a incorporação de cálcio no perfil do solo, o que permitiria a melhor distribuição das raízes do capim em profundidade, com consequente aumento na resistência à seca.

A seguir, a importância dos nutrientes para o crescimento de seu pasto:

  • Nitrogênio (N): perfilhamento, número e expansão de folhas, valor nutritivo, produção de matéria seca.
  • Fósforo (P): estabelecimento, desenvolvimento de raízes, perfilhamento, persistência do pasto.
  • Potássio (K): regulação osmótica, fotossíntese, resistência ao frio e doenças.
  • Enxofre (S): formação de proteínas, enzimas e vitaminas na planta.
  • Micronutrientes (Boro, Manganês, Zinco, Cobre): aumento de produtividade e intensificação do processo produtivo.

Quando intensificamos o sistema produtivo, repondo os nutrientes necessários ao equilíbrio do solo e também para produzirmos mais capim, há um reflexo na qualidade do mesmo, tanto na estação chuvosa quanto na seca.

Na fase de estabelecimento da pastagem, as plantas têm uma exigência alta de fósforo (P), porque o sistema radicular ainda está explorando um volume reduzido de solo. Proporcionalmente ao crescimento, essa exigência torna-se mais elevada, havendo limitação nutricional, assim, o período de estabelecimento prolonga-se, retardando o início do uso da pastagem. Muita atenção na reposição de fósforo (P) na formação de seu pasto!

Nas pastagens utilizadas com cortes, o nitrogênio (N) e o potássio (K), por sua abundância nos tecidos, são removidos em grandes quantidades na forragem verde e feno. Depois de cada colheita, esses nutrientes devem ser reaplicados. O fósforo (P), embora exportado em menores quantidades que o N e K, deve ser reposto anual ou bienalmente para que a pastagem não se degrade. Quando o solo recebeu calcário e adubação adequados no estabelecimento, as deficiências de nutrientes normalmente ocorrem após períodos mais longos de utilização da pastagem.

As pastagens mal manejadas, com excessivo pisoteio animal, promovem maior compactação superficial do solo, o que limita a infiltração da água e a aeração. Consequentemente, podem prejudicar a atividade biológica na zona radicular e a disponibilização de nutrientes por meio da mineralização da matéria orgânica.

A superlotação animal também favorece a progressiva exposição do solo, concorrendo para que a enxurrada arraste solo e nutrientes para fora do sistema. Para evitar a degradação da pastagem, é necessário manejo racional, além da reposição de nutrientes, utilizando técnicas de diagnóstico que incluam a análise do solo e da planta e os dados de produtividade da pastagem.

Devemos nutrir o solo para nutrir o capim!

Luis Gustavo Rossi, Consultor especialista em pastagem da Coopercitrus

ESPAÇO RESERVADO
PARA ANÚNCIOS

Compartilhar nas redes sociais