CULTURAS

Predação dos ácaros desfolhadores dos citros por ácaros fitoseídeos

Escrito por Prof. Santin Gravena

Finalizando a série de artigos sobre a predação exercida pelos ácaros da família Phytoseiidae, comumente chamados por nós de ácaros “Pera” e “Maçã”, segue o tema abordando os ácaros desfolhadores.

Ultimamente tem sido observado aumento da incidência desses ácaros, certamente tendo como um dos fatores mais decisivos a consequência do uso frequente e regular de inseticidas para controle do psilídeo seguindo a “tolerância zero” ao vetor do greening, devastador da citricultura brasileira e mundial. Em meio a tudo isso tem os ácaros predadores de ocorrência natural que ainda resistem em grande parte por não serem alvo direto dos inseticidas direcionados ao inseto vetor do greening.

O desequilíbrio, em parte, então, é devido aos efeitos dos inseticidas e dos acaricidas utilizados no manejo errático do ácaro da leprose, estes sim com efeitos mais incisivos por ser acaricida, uma vez que os fitoseídeos também são ácaros. São três as espécies mais importantes que podem estar ocorrendo nos seus pomares: o purpúreo (vermelho), o mexicano (vermelho) ou o texano (verde). São todos semelhantes entre si nos danos causados, comportamento e na biologia.

Só diferem um pouco na aparência, mas praticamente convivem nas folhas, frutos e ramos, dando preferência para as folhas, só indo para frutos e ramos em altas infestações. Somente um produz teia em abundância, o mexicano e o texano, não está associado a teia abundante. O purpúreo é facilmente identificado pelo Inspetor de Pragas por não ter teia na colônia, todas as fases imaturas são escuras como o adulto.

O ovo é fixo na superfície e no topo tem um fio como uma antena que é fixada em três outros fios em forma “circo” presos ao lado do ovo para dar firmeza até a eclosão das larvas. Todas as três são tidas como de preferência desenvolver na seca, com umidade entre 30 e 60%, mas é que nessa umidade não ocorre o fungo natural Neozygites floridana.

Outro comportamento interessante é que o macho fica perto da fêmea ainda na fase de deutoninfa resguardando-a para acasalamento, como ocorre com o ácaro branco que carrega a fêmea. Em 12 dias o ovo vira adulto passando por três fases, as quais são preferidas para os ácaros predadores da família Phytoseiidae, Euseius citrifolius e Iphyseiodes zuluagai. Os Níveis de Ação para manejo podem variar conforme o administrador, entre 20 a 30% de folhas com cinco ou mais ‘’ácaros, olhando 1% de plantas, verificando 3 folhas quase madura e no mesmo ramo, três folhas recém maduras tendo assim duas unidades amostrais.

Os níveis de não-ação podem ser de dois tipos: se os níveis estiverem próximos da ação e dos ácaros predadores estiver ≥ 30%; ou se a contagem estiver numa relação de um desfolhador para dois ou três predadores, não pulverizar, esperar pela próxima inspeção. Dar preferência para biodefensivos como Isaria fumosorosea, Beauveria bassiana ou Metarhizium anisopliae, e os acaricidas usados para leprose.

ESPAÇO RESERVADO
PARA ANÚNCIOS

Compartilhar nas redes sociais