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Proteção ambiental, justiça social e eficiência produtiva

Viviani Silva Lirio

As questões que permeiam a temática da sustentabilidade sempre estiveram presentes, quer compreendidas em sua integralidade ou não (na verdade, o fato de não haver percepção de determinada ocorrência não a extingue, na verdade, em muitos casos pode fomentar sua própria existência). Todavia, em anos mais recentes, particularmente a partir da década de 1990, diferentes frentes de reflexão, debate e construção de sistemas protetivos têm ganhado espaço na pauta dos debates sociais. Um marco importante nesse processo foi o lançamento, em 1987, do relatório Nosso Futuro Comum, na Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU), introduzindo o conceito de desenvolvimento sustentável na sociedade. Menos de uma década depois, em 1994, John Elkington criou um modelo denominado Triple Bottom Line (TBL, ou Tripé da Sustentabilidade), um método que incorporava a visão ecológica nas empresas com base em três princípios: People (Pessoas), Planet (Planeta), Profit (Lucro). (Figura 01).

Fonte: Giovanelli, 2015.
Figura 1 – Modelo do Tripé da Sustentabilidade.

A partir de então, mais que uma percepção do entorno ambiental, a sustentabilidade passou, então, a conformar uma visão ampla de justiça social, proteção com convivência ambiental e viabilidade econômica. A cada dia, mais e mais organizações dão-se conta da importância (objetiva e subjetiva) da percepção dos aspectos relacionados à sustentabilidade, inclusive por permitirem maior inserção e resiliência. Na prática,

Vivemos em uma época de mudanças sem precedentes. Nos negócios enfrentamos os desafios e oportunidades que são mais críticos e complexos do que nunca, onde as consequências do fracasso são inimagináveis, e o impacto de nossas decisões são sentidos instantaneamente em todo o planeta. A mudança está em nosso entorno e vem para reforçar que só podemos sustentar o nosso modo de vida com novas ideias, novos comportamentos e novos equilíbrios. (Giovanelli, 2015).

            Nesse contexto, cada unidade produtiva, cada consumidor e cada tomador de decisão – independentemente de seu porte ou área de atuação – contabiliza avanços ou permanências (quando não retrocessos). Por isso mesmo, a responsabilidade social está intrinsecamente associada ao tripé da sustentabilidade, já que as suas ideias visam “não somente os resultados de uma organização, mas também o impacto que ela causa no meio ambiente e na comunidade na qual está inserida”. (Reis, 2021[2]).

            Muitas empresas vêm referenciando o TBL por meio de ações associadas a um conjunto de políticas utilizados para orientar empresas, investimentos e escolhas de consumo focadas em sustentabilidade, popularmente conhecido como ESG (Environmental, Social and Corporate Governance, ou ambiente, social e governança corporativa). Atualmente, os pilares, incluindo sua efetivação por meio do ESG possui grande importância no mercado, já que a tendência percebida é de crescimento das exigências empresariais sobre os temas da responsabilidade ambiental, social e econômica (mais que financeira, inclusive).             Dito isso, fica a reflexão da contribuição – individual e coletiva – que produzimos. Estamos atentos a esta realidade? Tratamos esse tema com a importância inclusiva que merece, ou ainda nos ambientamos no seu entorno como sendo uma ‘atribuição a mais’ ou um ‘compromisso formal’. Além disso, precisamos também entender que uma empresa que possui uma postura consciente em relação ao planeta, de forma ampla, possuir maiores chances de obter bons resultados financeiros e garantir sua sobrevida de maneira contributiva, atuante e positiva.


[1] https://logisticareversa.org/triple-bottom-line-ou-tripe-da-sustentabilidade/

[2] https://www.suno.com.br/artigos/tripe-da-sustentabilidade/

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