CULTURAS

Qualidade da mistura e introdução de tecnologias na dieta com o uso de produto industrial

A busca por qualidade nos produtos da pecuária (corte ou leite) é uma realidade para todos os produtores que trabalham profissionalmente na atividade. Eles sabem que não basta ter animais de genética que apresentem potencial produtivo, se não proporcionar conforto tanto ambiental como em termos de manejo nutricional.

A nutrição nos dias de hoje está sendo feita por profissionais atualizados em termos de manejo nutricional e em conceitos mais abrangentes, como conforto animal, manejo etc.

No quesito nutrição, temos um exemplo em termos de nutriente que há até pouco tempo era utilizado e que, a cada dia, tem sido deixado de lado, como é o caso da proteína bruta. Alguns softwares já trabalham com formulações mais refinadas e utilizam, no lugar de proteína bruta, o balanceamento que atenda à exigência por aminoácidos (componentes da proteína). Com isso, muitas vezes, se consegue maior sucesso, inclusive em termos de economia, pois a proteína é um dos nutrientes de maior impacto financeiro na dieta. Formulando por aminoácido, podemos otimizar a formulação com redução da proteína bruta da dieta, evitando desperdícios pelo organismo.

O exemplo de aminoácido citado acima não é o único. Temos vários nutrientes que, se atendidos de forma racional, proporcionarão aos animais os melhores resultados sem, necessariamente, aumentar os custos. Na chamada nutrição de precisão, busca-se atender às exigências, com a maior produtividade por animal possível.

No que se refere à tecnologia da nutrição animal, temos também os microminerais, que são aqueles exigidos em menores quantidades, porém, não menos importantes. Alguns exemplos são Zinco, Selênio, Manganês, Cobalto, Cobre, entre outros. Como são utilizados em miligramas, obviamente as suas inclusões são menores. Por isso, maior cuidado ainda deve ser tomado no processo de mistura, pois se houver falhas, não teremos distribuição correta deles (microminerais) em todo o produto final (ração).

E, para que se obtenha desempenho satisfatório, no meio técnico utilizamos um termo que é bem ilustrativo, quando dizemos que a dieta formulada deverá ser a mais próxima possível da dieta fornecida ao animal. Porém, infelizmente, em algumas situações, há as chamadas 4 dietas: a formulada no computador, a que foi misturada na propriedade, a que foi disponibilizada aos animais e aquela que o animal efetivamente ingere.

Quando se tem uma formulação coerente com as exigências de cada categoria, obviamente as chances de sucesso são maiores. Porém, somente o que o software de formulação apresenta não é suficiente. No processo de mistura de ingredientes, devemos nos atentar para que se obtenha a maior qualidade possível. Assim, certamente já estaremos um passo à frente, evitando possíveis transtornos, pois caso a mistura de ingredientes seja mal executada, certamente os nutrientes não estarão bem distribuídos nesta mistura. É o que chamamos no meio técnico de baixa qualidade de mistura.

O grande problema de uma mistura mal executada é que os animais receberão dietas que não atenderão ao esperado, resultando em aumento no custo alimentar e, o que é mais grave, animais que não expressam o potencial produtivo esperado.

Um exemplo onde se tem nitidamente uma qualidade de mistura fora do padrão é quando não se respeita o tempo correto de mistura dos ingredientes. E, certamente, na maioria absoluta das propriedades que tenta realizar suas misturas (rações ou concentrados misturados na fazenda), não há qualidade no processo, pois dificilmente há monitoramento em temos de pesagem precisa, boa moagem dos ingredientes, análises de qualidade dos ingredientes e, finalmente, o monitoramento da qualidade do produto final.

Algumas tecnologias estão disponíveis na nutrição pecuária, porém, como dito, por serem geralmente acrescentadas em pequenas quantidades, dificilmente tem-se resultados satisfatórios quando se realiza o processo de mistura na propriedade. Como alguns exemplos, podemos citar o uso de aminoácidos protegidos (consumos abaixo de 15 gramas/animal/dia), leveduras, adsorventes de micotoxinas, entre outros.

As fábricas formais, que são devidamente registradas no MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), têm uma preocupação desde a obtenção de matérias primas de qualidade, com constantes análises das matérias primas utilizadas, qualidade das misturas obtidas, até análises dos seus produtos finais.

A Coopercitrus, em suas fábricas de ração e suplementos minerais, formula produtos com a maior qualidade possível, o que envolve além dos fatores citados, a análise da qualidade da mistura de seus produtos finais, com frequência, no mínimo, anual. Com base nos resultados obtidos, fazemos os devidos ajustes, quando necessário.

Cláudio Henrique Oliveira de Carvalho.

Zootecnista. CRMV/MG: 950-ZResponsável Técnico Rações Coopercitrus. Araxá/MG e Cássia/ M.G.

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