Escrito por: Prof. Santin Gravena
O governo brasileiro lançou recentemente as bases conceituais para um programa a ser implantado para incentivo aos agricultores e pecuaristas do Agronegócio no sequestro de carbono do meio ambiente (produzir com baixo carbono ou baixa emissão de gases de feito estufa). Antes disso, um levantamento feito pelo Fundecitrus revelou que a citricultura brasileira inclui na sua área ocupada com plantas de citros, na forma de APP (área de preservação permanente), 182 mil hectares com florestas e matas nativas nas suas redondezas. A área exata, segundo a informação, é de 181.750 hectares.
Cada hectare equivale a um campo de futebol padrão Fifa. Este estudo está publicado na Revista CITRICULTOR, no. 52, 2020. Poucas pessoas conseguem associar a importância de áreas naturais para a preservação dos inimigos naturais das pragas dos citros que existiam em condições normais fitossanitárias (a maioria adotava o MIP) antes do advento das bactérias da CVC e do HLB. Só se lembram dos animais de grande porte, como pássaros e mamíferos. Neste artigo vamos demonstrar a importância das florestas na preservação dos insetos e ácaros benéficos no manejo ecológico de pragas dos citros.
Olhe para os eventos naturais que ocorrem nesta simples folha de uma planta nova de um ano em talhão em formação rodeado de florestas naturais e artificiais com seus subarbustos em pomar autossustentável ecologicamente, no sul de Minas Gerais. É o Pulgão Verde dos Citros Aphis spiraecola que provoca o enrolamento das folhas novas e atrasa o crescimento de pomares em formação.
É imigrante da floresta ao lado, das árvores ou subarbustos. Pois bem, o que se destaca é a “múmia” que é o sinal de parasitismo por microhimenópetero (vespinha imigrada do mesmo local do pulgão verde). A formiga é do tipo doceira e está aí para se alimentar da “mela” produzida pelos pulgões mesmo assim as vespinhas fazem o seu trabalho. As duas formas mais escuras de pulgões mais acima provavelmente já estão parasitadas pela mesma vespinha da primeira múmia ou de outras imigratórias.
Isso porque as vespinhas parasitam a ninfa do terceiro ou quarto estágio do pulgão em crescimento e as demais ninfas mais novas, provavelmente do terceiro estágio, também podem estar já parasitados por vespinhas retardatárias. Em pouco tempo, toda a colônia estará completamente mumificada ou seja, controlada naturalmente por conta da floresta preservada. E assim ocorre com as outras pragas e inimigos naturais. No próximo artigo vamos abordar o movimento dos crisopídeos em relação às florestas.