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Sistêmicos por quimigação ou drench são seletivos ecológicos, mas requerem cuidados para evitar resistência

Sendo a irrigação um dos assuntos da pauta do presente número da Revista achei oportuno tratar desse assunto no manejo ecológico de pragas dos citros e café no que toca o uso de inseticidas sistêmicos na água de irrigação por micro aspersão ou principalmente gotejamento.

Esse processo é excelente porque é do tipo seletividade ecológica, ou seja, o produto é colocado por dentro da planta no sistema vascular (sobe pela seiva bruta e chega até a vegetação nova onde estão os sugadores da seiva elaborada) através da água de irrigação ou por drench. Tanto em citros como em café tem também os minadores que se alimentam do mesófilo das folhas tenras onde está a seiva elaborada e o inseticida fica disponível as larvas dos respectivos lepidópteros, Phyllocnistis citrella, nos citros e Leucoptera coffeella, no café.

Nos citros, entre os sugadores das brotações novas desde as gemas recém emergidas até antes das floradas se abrindo existe a pior de todas que é o Psilídeo Diaphorina citri, vetor da bactéria Candidatus Liberibacter asiaticus, o greening, cujos sistêmicos se ajustam bem. Com os sistêmicos aplicados desta forma, não atingem os inimigos naturais que estariam associados às pragas na parte aérea das copas das plantas, como a joaninha da foto ao lado do pulgão sugador.

Sistêmicos via irrigação ou drench. Apesar de não estar sendo disperso pelo ar como numa pulverização o produto passa por um momento pelo solo durante o gotejamento. Desta forma, surge aqui uma primeira restrição ao uso no gotejamento, portanto é recomendável utilizar uma só vez na safra. Já a forma de drench seria mais recomendável porque não estaria contaminando o solo.

Tanto a quimigação como o drench a recomendação é utilizar na época de brotação intensa e evitar atuar nas floradas devido as abelhas. Aplicação uma vez só por safra atende também o princípio de manejo de resistência. Neste quesito maiores cuidados são necessários por parte dos citricultores e cafeicultores na atuação junto aos seus colaboradores técnicos no sentido evitarem a aplicação se no talhão ou no pomar todo, no calendário de aplicação consta o mesmo grupo químico do produto a ser usado no drench ou quimigação.

Portanto, o uso dos sistêmicos na irrigação ou principalmente no drench necessita dos citricultores e cafeicultores um planejamento prévio rigoroso elaborando protocolos rígidos para não ocorrer a resistência, já constatada pelos pesquisadores do Fundecitrus em citros em relação ao psilídeo D. citri.

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