A produção dos defensivos biológicos está crescendo fortemente. Isso significa que a demanda também e já começa a competir com o setor dos produtos químicos, cuja maioria já cria também seção de bioinsumos em suas dependências. A grande vantagem dos biológicos é que eles não impactam o meio ambiente porque se incorporam no meio de onde vieram. Com isso, não representam riscos de resíduos tóxicos em alimentos, não afetando animais domésticos e silvestres. Os agricultores que adotam os biológicos ficam livres das consequentes seleções para tolerância e resistência das pragas alvos.
Até o momento, a pesquisa não indica também efeitos colaterais contra os inimigos naturais mais importantes associados às pragas, talvez por não serem os alvos diretos ou não coincidirem com seus nichos ecológicos. Na natureza já existe as epizootias (infecções generalizadas) dos fungos de ocorrência natural, porém, elas são mais raras porque dependem das condições ambientais, como alta umidade relativa coincidindo com altas densidades populacionais, indesejadas no agro.
Os biodefensivos estando disponíveis no mercado ou produzidos na forma de on-farm, chegam na mão dos agricultores que, usando pulverizadores (foto do topo) para aplicar fungos formulados, com eficácia comprovada (registrados no MAPA) e, portanto, estáveis ou soltura de insetos/ácaros benéficos (parasitóides ou predadores) por meio de drones, as epizootias de fungos e parasitismo/predação, são produzidas pelo homem e aplicados de maneira inundativa. Com isso, recupera-se o equilíbrio nas plantações e as pragas deixam de ser problema para o agro. Além disso, atenderemos as novas tendências para garantir a sustentabilidade ecológica ou ambiental exigidas nos selos de certificação e pela ESG – Environmental, Social and Governance, tão falada nos últimos anos.
Esse é o controle biológico por micro e macro biodefensivos possível referido no título do artigo. Pois, no caso de micro, se trata de pulverização como qualquer defensivo (foto do topo), basta ter o produto bem formulado e bem manipulado desde a biofábrica até o alvo biológico, qualquer que seja do agro em geral. Além dos cuidados necessários com o produto por ser um ser vivo que as pessoas que trabalham no setor fitossanitário, desde a fábrica até a pulverização, é preciso atenção para alguns aspectos muito importantes:
1. Lembrar que se está lidando com material vivo; até então lidava com formulações duradouras no tempo podendo ser estocado e mais resistentes no transporte.
2. Que o produto precisa atingir o alvo biológico; melhoria na tecnologia de aplicação.
3. Que o volume em tanque é importante para manter a umidade por algum tempo e auxiliar no processo da melhor infecção dos conídios que estão na formulação; a tendência de reduzir volume é conflitante com a necessidade de umidade alta dos fungos.
4. Que ao contrário dos produtos químicos, o biológico pode ser repetido quantas vezes puder, pois comprovou-se que não induz resistência no alvo biológico e nem outros efeitos colaterais.
5. Que as repetições ajudam a formar o inóculo e atingem gerações sucessivas permanecendo na área, se as condições permitirem.
6. Quanto mais se usa biológicos mais barato fica o custo final e do uso.
7. Conhecer como agem os fungos em insetos e ácaros é muito importante. (Ver: Fungos: Como Agem contra Insetos e Ácaros. Citricultura Atual, n° 131, p.14-16, 2021).
8. As ninfas de primeiro estágio, logo que nascem do ovo de ácaros, mariposas de lagartas, brocas, cochonilhas e moscas brancas, são as mais vulneráveis à infecção.
9. É por elas que se avalia com mais segurança a eficácia. Avaliar pela fase adulta pode-se incorrer em erros porque pode haver imigração contínua vindo de outras áreas não controladas. Isso pode ocorrer com Moscas das Frutas, Bicho Furão dos Citros, Moscas Brancas, Mariposas, Psilídeo etc.
No caso de macro, geralmente o uso é por liberação na fase de ovo por meio de drones e requer certos cuidados conforme a cultura, destacando-se a distância do topo das plantas para estabelecer a altura ideal do voo do aparelho para o aproveitamento máximo dos ovos/larvas/ninfas/adultos liberados.