CULTURAS

Otimização de Pastagens: Estratégias para Maximizar a Eficiência

Maior cultura do Brasil, com aproximadamente 154 milhões de hectares, a pastagem está cada dia mais presente nas discussões sobre sua eficiência máxima e seu aproveitamento. Para atingir esse objetivo, é necessário discutir e implementar uma melhor divisão das áreas de pastagem dentro das propriedades.

A divisão das pastagens, também conhecida como piqueteamento, desempenha um papel crucial na maximização da oferta de alimento para os animais, resultando em maior rendimento tanto quantitativo quanto qualitativo. Para compreender melhor esse tema, é fundamental ter uma compreensão da fisiologia das plantas forrageiras e de seus pontos ideais de colheita. Além disso, é necessário considerar as características únicas de cada espécie em relação à entrada e saída dos animais, momentos extremamente relevantes para alcançar maior rendimento e conversão de ganhos, seja em peso ou produção de leite. Esses pontos estão sempre relacionados à qualidade bromatológica e nutritiva das plantas.

Pastagens extensas, ou seja, aquelas sem subdivisões, tendem a apresentar duas características importantes: áreas de subpastejo, onde a forragem é cortada após o ponto ideal de colheita, resultando em baixa qualidade nutritiva, perda de proteína e baixa digestibilidade; e áreas de superpastejo, onde a forragem é cortada abaixo do ponto permitido, levando a um rebrote mais lento do que o esperado.

Além dos benefícios mencionados, a divisão das pastagens também permite um melhor aproveitamento da forragem produzida, uma vez que o produtor pode determinar quando, onde e o que os animais vão pastejar. Com a subdivisão dos pastos, é possível evitar perdas de forragem devido a subpastejo e superpastejo, o que impacta diretamente o tempo de regeneração da planta. Isso possibilita um aumento significativo na taxa de lotação por hectare, uma vez que o produtor pode gerenciar a intensidade do pastejo conforme necessário, bem como o descanso do pasto quando requerido.

Um pasto uniforme, com touceiras e perfilhos saudáveis e sem plantas invasoras, é um pasto que apresenta qualidade. Ao adotar sistemas de pastejo rotacionado na fazenda, o produtor não apenas aumenta a produção, mas também evita custos com herbicidas, o que é outra vantagem importante.

Compreendemos os benefícios da divisão das pastagens, mas como começar esse processo em uma propriedade?

É essencial reconhecer que, ao optar pela intensificação das pastagens com sistemas de rotação, também surge a necessidade de monitorar de perto a saúde do solo. Isso envolve análises regulares, correções e adubações quando necessário. Essas atividades implicam em custos, requerendo um planejamento financeiro adequado. Além disso, é recomendável realizar a subdivisão da propriedade em etapas, em vez de implementar a mudança completa de uma vez.

No início, é aconselhável mapear a fazenda e selecionar áreas para instalar módulos de pastejo. Isso envolve a definição de uma área inicial, um pasto único de tamanho considerável, a partir do qual as subdivisões serão feitas. Determinar o número de piquetes e os dias de pastejo para cada área é o primeiro passo para planejar o módulo. Para tomar essas decisões, é crucial compreender a categoria de animais a serem pastejados, a espécie de forragem presente, o manejo de adubação a ser adotado e a disponibilidade de mão de obra para o manejo dos piquetes. A presença de um técnico especializado é recomendada para ajudar o produtor a fazer as melhores escolhas. Cooperativas como a Coopercitrus oferecem especialistas e técnicos em pastagem que podem auxiliar em todas as etapas desse processo. Ao subdividir as pastagens de maneira eficaz, o produtor consegue garantir um período mais equilibrado de descanso para essas áreas.

Além disso, com a chegada da estiagem, é importante adotar outra estratégia: a reserva de áreas específicas. Com a redução da produção forrageira devido à falta de chuvas, um produtor bem preparado começa a planejar e implementar estratégias para lidar com essa escassez já no final do período chuvoso. Nesse momento, ele designa áreas como “pulmões” para reserva de forragem, garantindo alimento volumoso (como macega) para os animais durante a estação seca.

Essa estratégia envolve fechar certas áreas durante as chuvas regulares, permitindo que as plantas desenvolvam uma grande quantidade de perfilhos e folhas. Essas áreas permanecem fechadas durante todo o período chuvoso e só são abertas para pastejo durante a seca, quando são mais necessárias.

De acordo com Souza (2014), o diferimento é uma técnica de baixo custo, que requer apenas o cercamento das áreas e a implementação do descanso. Essa abordagem é associada à conservação de forragens e não exige investimentos significativos em máquinas ou estruturas de armazenamento. Uma das principais vantagens é a redução dos custos de produção.

A pastagem é uma cultura e deve ser tratada como tal. O conhecimento é o primeiro passo para alcançar o sucesso no processo de intensificação e aproveitamento máximo das áreas.

Murilo Penha dos Santos, Engenheiro Agrônomo, Coordenador de Pecuária da Coopercitrus no Polo V, Goiás.

ESPAÇO RESERVADO
PARA ANÚNCIOS

Compartilhar nas redes sociais