CULTURAS

Otimização Estratégica de Fertilizantes para Altas Produtividades na Cana

O uso de fertilizantes em quantidades adequadas nos garante um bom rendimento, mantendo, assim, altas produtividades. Sabemos ainda que o uso de fertilizantes, sejam eles orgânicos ou minerais, auxilia de maneira imprescindível para garantirmos produtividades desejáveis com rentabilidade. Quando faltam nutrientes, a produtividade da cultura fica limitada ao nutriente presente em menor quantidade no solo. Isso terá como consequência a redução da produtividade. Confira dicas para Otimização Estratégica de Fertilizantes!

1- Fertilizantes

A entrega dos fertilizantes sempre foi um grande problema a partir do mês de setembro, devido ao volume, capacidade fabril, portuária e logística de transporte. Nesta época, realiza-se a adubação em cana-de-açúcar, assim como o início do plantio de cereais, com alta demanda em curto espaço de tempo. Um grande percentual do fertilizante de cereais foi negociado entre abril e junho, coincidindo diretamente com o nutriente potássio, que é altamente utilizado nas soqueiras de cana.

Para um melhor planejamento, recomenda-se a compra antecipada nos meses de janeiro e fevereiro para a colheita de início de safra. Para colheita de meio e final de safra, podemos antecipar a negociação no início do ano ou negociar as compras nos meses de abril a julho. Outro fator estratégico é dividir a compra da base nitrogenada para soqueira entre nitrato, ureia (cultivo enterrado para evitar perdas de volatilização) e fertilizantes com tecnologia contra volatilização (nitrogênio protegido).

Por que adotar essa estratégia? Sabemos que o nitrato com muito tempo de armazenamento sofre empedramento, dificultando e complicando a aplicabilidade do produto. As formulações com nitrogênio protegido, em sua maioria, podem ser armazenadas sem que haja empedramento do mesmo.

Quando olhamos para fertilizantes, precisamos ter a percepção de utilizar no momento adequado da cultura, para isso necessitamos ter uma quantidade mínima de estoque na propriedade.

2-Corretivos

O produto mais utilizado é o calcário, que visa a correção do solo e o fornecimento de cálcio e magnésio à cultura. Para sua correta recomendação, o primeiro passo é fazer uma análise de solo, de preferência utilizando coletas de pontos georreferenciados, que chamamos de agricultura de precisão, onde geramos mapas de aplicação de acordo com a necessidade de cada ponto.

Para colheitas até o mês de junho, temos tempo hábil para fazer essa análise de solo e realizar as devidas correções. A partir do mês de julho, o tempo entre coleta de amostra de solo, análise do laboratório, interpretação das análises, definição do corretivo e dose a ser utilizada para depois realizarmos a compra do calcário passa a ser curto, não tendo tempo hábil para realizar todos esses procedimentos. Outro fator negativo é a alta demanda de transporte nesta época do ano, que encarece o preço do frete e muitas empresas acabam atrasando as entregas, podendo correr o risco de não termos tempo de aplicar o calcário, impactando negativamente na produtividade. Uma alternativa para colheitas após o mês de julho é realizar análise de solo com um ano de antecedência para termos planejamento e tempo hábil de executar o planejado da compra de insumos e realizar a aplicação no momento adequado.

3-Gesso

O gesso é um importante condicionador de solo para fornecimento de cálcio em profundidade e também de enxofre para a cultura da cana. O planejamento de uso é semelhante ao do calcário, lembrando que a melhor época de transporte é de abril até setembro/outubro, período seco e de fácil manuseio para aplicação do mesmo. Este material pode ser estocado no campo, porque não perde suas características químicas, sendo que o ideal é transportar e estocar o gesso na propriedade no primeiro semestre.

O gesso é comercializado com entre 18 e 20% de umidade e o cálculo da dose a ser utilizada por hectare é baseado nesta umidade. Caso ocorra alguma chuva e aumente a umidade do gesso estocado a campo, temos de calcular quanto de água o gesso absorveu para poder refazer o cálculo da dose a ser aplicada.

Exemplo: Queremos aplicar 1000Kg/ha, se com a chuva a umidade do gesso subiu para 30%, temos de aumentar em 10% a dose a ser aplicada, ou seja, temos de aplicar 1100 kg/ha desse material mais úmido.

Caso o gesso aumente muito a umidade, sua aplicação na lavoura se torna muito difícil, sendo recomendado colocar uma lona por cima, para minimizar esse problema.

4- Óxido

O planejamento de óxido é um pouco mais fácil, visto que é usado para fertilização de Cálcio (Ca) e principalmente Magnésio (Mg) na cultura da cana-de-açúcar, podendo ser utilizado na soqueira ou na cana planta. Sua utilização no plantio traz um grande benefício, visto que ele é aplicado no fundo do sulco, onde, na maioria das vezes, o preparo de solo não consegue incorporar o calcário a essa profundidade. O preço do óxido não varia muito, podendo ser negociado ao decorrer do ano, tendo cuidado de sair da janela de agosto e setembro, quando o frete encarece o produto.

Temos de ter cuidado ao estocar óxidos na fazenda, uma vez que eles reagem com água, liberando calor. Deve-se sempre armazenar no barracão, em cima de paletes, para evitar esse problema.

A compra de insumos agrícolas é um passo fundamental na gestão de fertilidade de uma lavoura. Os custos com insumos são considerados verdadeiros vilões do planejamento para o produtor, pois, caso não sejam pensados anteriormente, com base em um planejamento da safra como um todo, podem sair mais caros do que o necessário e comprometer o caixa da fazenda.

Para maiores informações, consulte sua unidade mais próxima e procure o Consultor Técnico da Coopercitrus de sua região.

Time Consultores Especialista de Cana

Cristiano José do Amaral

Adriano Veronez da Silva

Fabiana Aparecida Fernandes Marcos Antonio Zeneratto

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